Ao publicar o clássico da ficção científica “Eu, Robô”, em 1950, o químico e escritor Isaac Asimov apresentava ao mundo, há quase 70 anos, o que hoje está muito próximo de se tornar realidade. Asimov, inclusive, tomou o cuidado de tranquilizar as pessoas acrescentando à obra três leis básicas da robótica que passaram a ser observadas: robôs devem obedecer aos seres humanos, protegê-los e, também se proteger desde que as duas primeiras leis não sejam infringidas.
Nesta década cientistas ligados a empresas, universidades e governos aceleraram extraordinariamente os avanços em robótica, inteligência artificial, conectividade, Big Data, dados nas nuvens e Internet das Coisas. Em face a essas inovações, iniciou-se uma nova revolução industrial batizada de Indústria 4.0 que, em resumo, se vale de todas essas novas tecnologias para aprimorar a eficiência produtiva.
A indústria automotiva está entre as empresas que mais recursos investem em inovações. Para se ter uma ideia, somente a ZF, uma das maiores empresas de tecnologia do setor de mobilidade do mundo, investiu mais de dois bilhões de Euros no ano passado em pesquisa e desenvolvimento com foco em sistemas de acionamento elétrico, na hibridização da tecnologia de transmissões, e em sistemas de segurança veicular, além de ter anunciado seu plano de 12 bilhões de Euros em investimentos em condução autônoma e eletrificação nos próximos cinco anos.
Considerando que a população global pode chegar a mais de nove bilhões de pessoas em 2050, o desafio do presente é oferecer ao ser humano do futuro mobilidade cada vez mais segura, eficiente e ambientalmente amigável. Tornar os veículos mais inteligentes, dotando-os com sentidos até então exclusivamente humanos como ver, pensar e agir foi o caminho escolhido pela indústria automotiva.
A diferença a favor da vida é que esses “sentidos” são sistemas altamente sofisticados comandados por um supercomputador central instalado no veículo. O resultado é um poder de visão e rapidez assertiva de tomada decisão em qualquer tipo de manobra completamente inalcançável para o ser humano, nem mesmo àqueles considerados ases do volante.
Quem deposita toda sua confiança no aplicativo Waze para encontrar o melhor caminho consegue imaginar perfeitamente bem os benefícios dos veículos autônomos e conectados. Além de enxergarem com IoT e conectividade, os carros saberão antecipadamente o que se passa além dos olhos e quais medidas devem ser tomadas enquanto, durante o trajeto, os seres humanos podem tranquilamente se concentrar no trabalho ou lazer.
E isso tudo não é exercício futurista. Câmeras de alta resolução assumem a função dos olhos, supercomputadores fazem o papel do cérebro e sensores ultrassensíveis aliados a componentes eletromecânicos permitem a ação.
Veículos comerciais, normalmente operando em ambientes controlados, foram os primeiros a se beneficiarem dessas tecnologias. No Brasil, montadoras começaram a comercializar caminhões autônomos programados para trabalharem na colheita e, como os robôs de Asimov, esses gigantes da lavoura, dotados com esses sistemas, além de ver, pensar e agir, trabalham 24 horas por dia sem fadiga, sono, estresse e qualquer risco de falha ou acidente.
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