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30/10/2019

Máquina de pensar

Imagem ilustrativa da notícia: Máquina de pensar
Foto Jornalista  Leandro Alves

Leandro Alves

Em 1996 a humanidade acompanhou uma vibrante e inusitada disputa de xadrez entre o genial Garry Kasparov e um supercomputador desenvolvido pela IBM batizado de Deep Blue. Naquele ano, Kasparov já era um mito pois havia se consagrado campeão mundial em 1985.

 

Na primeira série de partidas, o enxadrista levou a melhor sobre a máquina e venceu. Na revanche concedida no ano seguinte, os técnicos da IBM fizeram alguns ajustes no Deep Blue e, desta vez, o computador venceu o grande-mestre dos tabuleiros. 

 

Os ajustes que os técnicos fizeram? Dobraram a capacidade de raciocínio do Deep Blue. A primeira versão era capaz de calcular 100 milhões de lances possíveis por segundo, a segunda versão, em apenas um segundo, considerava 200 milhões de jogadas. Já Kasparov, um dos maiores enxadristas de todos os tempos, tinha capacidade  de avaliar até três movimentos futuros por segundo, o que já é uma façanha e tanto para padrões humanos.

 

Em um processo contínuo de evolução, as novas gerações de supercomputadores se tornaram infinitamente menores, melhores, mais eficientes, rápidos e inteligentes que o Deep Blue. Se há 20 anos, um computador foi capaz de vencer Kasparov, imaginem o que eles são capazes de fazer de agora em diante quando programados para lidar com desafios muito mais complexos como, por exemplo, assumir o controle de veículos oferecendo total segurança aos ocupantes ou à carga.

 

Sensores, câmeras e radares, integrados, oferecem aos veículos atuais extraordinária capacidade tanto de enxergar como, também, sentir todo o ambiente em seu entorno em curta, média e longa distância, independente se há ou não luz, e interagem com o supercomputador do carro, que precisa tomar uma decisão acertada, como num piscar de olhos.

 

Mas exatamente como nos seres humanos cujos sentidos são comandados pelo cérebro, nos automóveis quem assume esse controle é justamente uma nova geração de supercomputadores que está continuamente sendo aperfeiçoada.

 

 

O inovador supercomputador ZF ProAI é um notório exemplo do que há de mais avançado no mundo em inteligência artificial para automóveis. Esses sofisticados equipamentos podem ser configurados para qualquer aplicação – desde uma função básica do ADAS até assistência autônoma para carros, veículos comerciais e aplicações industriais. É possível também especificar a arquitetura de software, especialmente para as aplicações Mobility-as-a-Service (sistemas autônomos de transporte de pessoas ou carga).

 

O ZF ProAI RoboThink, a geração mais atual da família de produtos ZF ProAI, é o mais potente computador do setor automotivo do mundo. O equipamento vem com o seu próprio processador gráfico, disponibiliza um desempenho computacional total de mais de 150 teraOPS (o equivalente a 150 trilhões de operações de cálculo por segundo) e pode ser modularmente combinado com até quatro unidades, correspondendo a um desempenho total de 600 teraOPS (só para efeito de comparação, o Deep Blue citado no início desta matéria, que venceu Kasparov, conseguia fazer 200 milhões de cálculos por segundo – uma ínfima parcela do que é capaz de processar essa nova geração de supercomputadores automotivos).

 

A principal diferença entre esses novos supercomputadores automotivos e o Deep Blue é que essas máquinas de pensar não foram concebidas para desafiar o mais hábil piloto do mundo e sim para oferecer a toda humanidade mobilidade muito mais segura, inteligente e eficiente. Está cada vez mais difícil para os humanos sozinhos serem capazes de desafiar estas máquinas. Porém somente com a criatividade e atributos humanos o contínuo desenvolvimento de hardware e softwares que fazem com que os “cérebros” digitais continuem cada vez mais agéis e surpreendentes se tornam possíveis.