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Tecnologia
21/02/2020

Caxias do Sul sediará planta de produção de grafeno

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Foto Jornalista Roberto Hunoff

Roberto Hunoff

Caxias do Sul, RS – A primeira planta da América Latina de produção de grafeno em escala industrial será inaugurada, em março, na Universidade de Caxias do Sul, a UCS. A data agendada inicialmente era 14 de março, mas a instituição estuda alterar para ajustar com a agenda do presidente da República, Jair Bolsonaro, que foi convidado a participar do ato.

 

Considerado o principal recurso da atualidade para aplicações em alta tecnologia, o grafeno é pesquisado na UCS desde 2005, com desenvolvimentos nas áreas de nanotecnologia, medicina regenerativa, revestimentos avançados, tecidos inteligentes e segurança alimentar, dentre outras. A planta terá, inicialmente, capacidade produtiva anual de 500 quilos, com potencial de expansão para 5 mil.

 

A UCS tem parcerias firmadas com as universidades de Singapura e Mackenzie, de São Paulo, referências internacional e nacional na tecnologia. No segmento empresarial, assinou termo de cooperação técnico-científica com a Marcopolo com o objetivo de permitir a contratação e o desenvolvimento de pesquisas, projetos e serviços técnicos e tecnológicos em materiais avançados, especialmente o grafeno, e tem tratativas com Gerdau, Randon e Sanmartin — fabricante de produtos para a indústria de bebidas.

 

O coordenador do Projeto Colmeia, que conduz as pesquisas sobre grafeno na UCS, Diego Piazza, destacou que as áreas de revestimentos e compósitos, exatamente as de interesse das empresas, estão dentre as principais a serem atendidas pela universidade. Durante rodada de negociações da instituição com as empresas, Leila Teichmann, coordenadora do Núcleo de Inovação e Materiais Avançados da Gerdau, antecipou projetos de aplicação de grafeno em produtos da companhia, como a criação de filmes anticorrosivos para superfícies metálicas e vergalhões e o desenvolvimento de compósitos poliméricos para peças automotivas.

 

No mesmo encontro, o gerente substituto do Departamento de Engenharia, Metal Mecânica, Equipamentos, Transporte e Serviços da Finep, José Maria Medeiros Filho, forneceu pormenores da intenção do órgão de destinar R$ 200 milhões em cinco anos para projetos de PD&I, impulsionado também pelo programa Rota 2030. O objetivo é formar uma rede de instituições de ciência e tecnologia para o desenvolvimento de projetos de qualificação para empresas do setor automotivo nas áreas de eficiência energética, segurança, tecnologia assistiva e uso de biocombustíveis, e automatização de produção. O apoio se estenderá da pesquisa básica à aplicada, no investimento em startups, desenvolvimento tecnológico e de protótipos e, por fim, à introdução do produto no mercado.

 

Como material mais forte, leve, fino e com maior condutividade térmica que existe, além de grande condutor de eletricidade, o grafeno desponta dentre as soluções em tecnologia avançada para diversos setores da indústria. Em duas das cinco linhas temáticas do Rota 2030 há possibilidades de inserção do grafeno: materiais avançados, como nanoestruturados, compósitos poliméricos e ligas metálicas, e Indústria 4.0, como robótica, inteligência artificial, integração de sistemas e internet das coisas.

 

Foto: Claudia Velho/Divulgação