São Paulo – A Anfavea revisou, após o fechamento do primeiro semestre, suas projeções de produção, vendas e exportações de veículos para 2021. Assim como na Fenabrave houve um ajuste geral para baixo, muito por causa do segmento de automóveis, o mais volumoso e, portanto, o que mais sofre com a crise de desabastecimento de semicondutores.
Em contrapartida as estimativas para as vendas de comerciais, tanto leves como pesados, foram reajustadas para cima. “Há demanda positiva no agronegócio, que puxa as vendas dos caminhões, em especial os pesados, e no e-commerce, que impacta os segmentos leves e os de veículos utilitários”, disse o presidente Luiz Carlos Moraes.
Em janeiro a entidade divulgou projeção de vendas de 2 milhões 367 mil veículos, alta de 15% sobre 2020. Esta segunda estimativa prevê crescimento menor, de 13%, para 2 milhões 320 mil unidades.
“O ajuste é basicamente em automóveis, que reduzimos de 1 milhões 850 mil para 1 milhão 732 mil”, disse Moraes, lembrando que é o segmento que mais sofre com a falta de semicondutores. “Em comerciais leves a projeção subiu de 400 mil para 450 mil unidades, em caminhões de 101 mil para 122 mil veículos e em ônibus de 15,7 mil para 16 mil unidades”.
Houve mudanças também na estimativa de produção, antes prevista para crescer 25% e alcançar 2 milhões 520 mil unidades. Na nova estimativa serão 2 milhões 459 mil veículos, 22% de crescimento sobre 2020 – e 2,3 milhões de leves e 156 mil pesados, somados caminhões e ônibus.
As exportações superaram as estimativas no primeiro semestre e foram reajustadas: o prognóstico agora é de embarque de 389 mil unidades, ante 353 mil do começo do ano. O crescimento passou de 9% para 20%.
Segundo Moraes a análise inclui, além da questão dos semicondutores, o desempenho projetado para a economia brasileira, de um PIB de 5% de aumento, com pontos negativos como o aumento da inflação, da taxa de juros e o ainda elevado desemprego. “Não fossem os semicondutores teríamos crescimento maior, mas a diferença não seria tão substancial por causa dessas questões”.
Foto: Divulgação.