São Paulo – Mesmo com a quebra na sequência de cortes na taxa básica de juros, que na última reunião do Copom foi mantida em 10,5% com tendência de manutenção, a Anfavea acredita que os juros para financiamentos de veículos 0 KM deverão seguir em queda. Para o presidente Márcio de Lima Leite, que recentemente se reuniu com representantes da Febraban, que representa o setor financeiro, o recuo da Selic no último ano ainda não foi todo contemplado nos juros do setor.
Conforme noticiou a Agência AutoData, com base em relatório do Banco Central do Brasil, enquanto a Selic caiu de 13,75% para 10,50% de agosto de 2023 a junho, ou 2,75 pontos porcentuais, a taxa média aplicada nos financiamentos de veículos novos cedeu apenas 0,7 pp no período, de 26,2% para 25,5%. Mesmo com queda na inadimplência e com a aprovação da lei do marco das garantias, que facilita a retomada dos veículos em caso de calote.
De acordo com o presidente da Anfavea os interlocutores da Febraban afirmaram que “estes fatores ainda não foram precificados pelo mercado” e há uma sinalização de “tendência sustentável de queda no juro” do setor automotivo. A reunião com a entidade, relatou Lima Leite, foi justamente para entender este descompasso.
“A Selic não é o único fator que forma o spread dos bancos. Existem pontos importantes, como a inadimplência e a facilitação da retomada dos bens, e todos eles sinalizam queda. A nossa expectativa, portanto, é que seguirá caindo bastante o juro e ajudando a retomada do mercado, que vem crescendo muito por causa do aumento da liberação do crédito”.
Salão do Automóvel
A respeito do possível retorno do Salão do Automóvel, que está em discussão com a organizadora, RX, pela Anfavea e suas associadas, Lima Leite, de antemão, adiantou: será impossível ainda neste semestre ou no primeiro semestre de 2025:
“É uma questão de datas, pois não existem locais de exposição com agenda que atenda a uma demanda de Salão do Automóvel, que exige pelo menos vinte dias, desde montagem, feira e até a desmontagem. Checamos com o Anhembi, São Paulo Expo e Transamerica Expo Center, e até o segundo semestre do ano que vem não existe esta janela disponível”.
Segundo o presidente da Anfavea o hiato criado pela não realização do Salão nos últimos anos abriu espaço para que estas datas fossem ocupadas. Sem planejamento antecipado fica difícil conseguir datas em locais da Capital paulista, onde a Anfavea deseja continuar sediando a mostra.
A Anfavea, porém, não desistiu: o grupo de trabalho que busca reviver o salão segue ativo e busca datas no segundo semestre de 2025, ao mesmo tempo em que negocia com as associadas nova formatação para o evento.