A Stellantis anunciou o maior investimento da história da indústria automotiva no Brasil: são R$ 30 bilhões de 2025 a 2030 para lançar quarenta novos produtos das marcas Fiat, Jeep, Ram, Peugeot e Citroën. Os aportes incluem o desenvolvimento de oito powertrains eletrificados e um motor 100% etanol, que serão utilizados nas plataformas Bio Hybrid. O ciclo levará R$ 13 bilhões para a fábrica de Goiana, PE. Outros R$ 14 bilhões seguirão para Betim, MG, que desenvolverá os novos produtos e tecnologias, além de receber modernização da sua linha de montagem. E ainda há R$ 3 bilhões para Porto Real, RJ, onde será produzido mais um modelo inédito. A Stellantis também expande seus negócios com aquisições como a da DPaschoal para o setor de reposição automotiva.

A Volkswagen anunciou investimento adicional de R$ 9 bilhões no Brasil, combinando-se ao ciclo de R$ 7 bilhões até 2028, totalizando R$ 16 bilhões. Os recursos serão destinados ao lançamento de dezesseis veículos, sendo quatro inéditos, incluindo um novo SUV compacto a ser produzido em Taubaté, SP, e uma picape médica-compacta em São José dos Pinhais, PR, além do desenvolvimento da plataforma MQB Hybrid e de um novo sistema de propulsão híbrido flex. A fábrica de São Carlos, SP, produzirá motores a combustão flex para os híbridos. O investimento visa a fortalecer a competitividade da Volkswagen no mercado nacional e internacional, com expectativas de volumes de vendas superiores ao nível atual.

Líder do mercado de chassis ônibus no País, com 62,7% das vendas, a Mercedes-Benz busca recuperar também a liderança nos caminhões. Para isto, além de lançar versões inéditas das linhas Actros, Arocs e Atego, está em curso profunda transformação na estrutura produtiva com a terceirização da produção de itens como eixo dianteiro e transmissão. O projeto permitirá maior competitividade e a possibilidade de tornar viável novos investimentos. Seu primeiro ônibus elétrico feito em São Bernardo do Campo, SP, o eO500U, já está circulando no ABC e a expectativa é de que 225 unidades estejam nas ruas ainda este ano. Além disto a Mercedes-Benz, pelo décimo-terceiro ano, incentiva e premia ações socioambientais de seus concessionários e parceiros.

Líder do mercado brasileiro de caminhões com 26% de participação a VWCO também é a maior exportadora do País de veículos comerciais pesados. A expansão dos negócios criou uma rede de concessionárias no Exterior maior do que a brasileira: são mais de duzentas casas em 35 mercados da América Latina, África, Ásia e Oriente Médio, contra 150 aqui. Na Ásia a VWCO inaugurou uma linha de montagem nas Filipinas, e na América do Sul tem no Chile um dos seus maiores clientes com mais de 25 mil veículos negociados, inclusive o caminhão elétrico e-Delivery, que já é exportado para seis países. No Brasil, este ano, ampliou o portfólio da linha Delivery e lançou o Volksbus 22.260 S, chassi com a maior capacidade técnica do segmento de ônibus urbanos.

A Eaton lançou nova geração de transmissões automatizadas Advantor desenvolvidas no Brasil para as condições locais. A empresa destacou que para as três configurações, com seis, oito e dez marchas, aumentou a base de fornecedores locais. A Advantor, adequada para caminhões e ônibus de 9 a 49 toneladas, reduz em 10% o consumo de combustível comparado a câmbios manuais e 20% com relação aos automáticos. A Eaton investiu R$ 800 milhões desde 2020, com R$ 600 milhões para modernização das fábricas e R$ 200 milhões para P&D. A empresa planeja expandir o quadro de engenheiros e exportar a Advantor.

A ZF iniciou a produção local da ECU, unidade de controle eletrônico, do seu ESC, sistema eletrônico de estabilidade, em sua fábrica de Limeira, SP, antecipando as exigências legais de 2024, quando o ESC passou a ser obrigatório em todos os veículos vendidos no Brasil. Anteriormente a ECU do ESC era importada da Alemanha. A ZF destaca que 90% dos veículos produzidos no Brasil já têm o sistema ESC, que permite a integração com as tecnologias de assistência ao motorista, que até 2027 devem equipar 40% dos carros no País. A produção local não só atende à demanda regional mas possibilita a futura nacionalização de outros sistemas avançados, como AEB, ACC e LKA, dependendo das condições de mercado.

A Cummins Brasil investiu R$ 170 milhões no desenvolvimento de novos motores diesel Euro 6 e sistemas de pós-tratamento de gases para o Proconve P8, em vigor desde o início de 2023. Estes motores reduzem em mais de 77% as emissões de NOx e em 66% as de material particulado em comparação com a motorização Euro 5. O projeto durou três anos e meio, em parcerias com Volkswagen Caminhões e Ônibus, Agrale e Marcopolo. A empresa tem o objetivo de aumentar a produção para 150 mil unidades/ano até 2030, impulsionando exportações para México e Estados Unidos. Além dos modelos diesel a fabricante também introduz em sua linha motores a gás que reduzem em até 80% emissões de CO2 e particulados, e 90% o NOx.

A MWM, empresa do Grupo Tupy, substituiu os motores a diesel de caminhões e motobombas da Cocal, empresa do setor sucroenergético do Oeste Paulista, por equivalentes 100% a gás, com potências de 220 cv a 330 cv, abastecidos exclusivamente com biometano, produzido a partir de resíduos da cana-de-açúcar, como vinhaça e torta de filtro, na unidade de biogás da Cocal em Narandiba, SP. O gás renovável é distribuído a clientes por meio de carretas ou gasoduto e também é usado na frota da empresa, reduzindo o consumo de diesel. A operação resultou na conversão de vinte equipamentos. Além da redução do impacto ambiental a mudança trouxe a simplificação da manutenção e reposição de peças, com 85% dos componentes sendo idênticos aos dos motores a diesel.

A GM atualizou seu sistema multimídia MyLink e o módulo de conectividade OnStar, permitindo mais atualizações remotas e programações personalizadas que vão do desempenho do motor ao visual do quadro de instrumentos. Considerando a operação em toda a América do Sul a meta da GM é chegar a 1 milhão de veículos conectados em 2024 e a 2 milhões em 2026. Com o OnStar, caso o motorista se envolva em acidente com acionamento dos airbags, a central faz contato e, se necessário, aciona o resgate. A conectividade também dificulta furtos e roubos: a central consegue rastrear a localização, reduzir a velocidade do veículo e até travar o motor, facilitando a interceptação pela polícia. Dessa forma a companhia atingiu índice acima de 90% de recuperação de veículos roubados.

Volkswagen Caminhões e Ônibus, CBMM e Toshiba apresentaram um ônibus elétrico com bateria de íon lítio e nióbio prometendo recarga completa em 10 minutos. O e-Volksbus, em fase de protótipo, utiliza a bateria SCiNb da Toshiba, que em sua composição substitui grafite por nióbio, o que aumenta a densidade energética em até 35%. O ônibus está em testes na operação da CBMM, que fornece o nióbio, e após doze meses de avaliação os dados serão analisados para avançar no desenvolvimento. A solução permite autonomia de 60 quilômetros, com recarga rápida por pantógrafo, o que reduz a custos de infraestrutura e permite a utilização de baterias mais leves e baratas. A CBMM planeja expandir o teste com mais ônibus elétricos.

A CNH Industrial investiu R$ 100 milhões na unidade que produz colheitadeiras Case IH em Sorocaba, SP, para transformá-la em polo global de produção e exportação de máquinas de menor porte. O primeiro produto exportado é a Axial-Flow Série 160 Automation, que incorpora inteligência artificial. O modelo passou por melhorias tecnológicas, com 60% do maquinário renovado, oferecendo mais conectividade e facilidade de operação com quatro modos de colheita. A empresa também adotou novos processos e tecnologias de produção e contratou 1,3 mil trabalhadores para a manufatura.

A Toyota já exportou o total de 700 mil veículos a partir do Brasil, desde 1971 até o fim do primeiro quadrimestre de 2024. A trajetória começou com os primeiros utilitários Bandeirantes produzidos em São Bernardo do Campo, SP, e exportados para países da América Latina. A expansão das exportações ganhou impulso em 2012 com a inauguração da fábrica em Sorocaba, SP, e a produção de novos modelos, incluindo o Corolla Cross desde 2021, com versão híbrida, que em 2023 foi o modelo brasileiro mais exportado, totalizando 31,7 mil unidades. No ano passado a Toyota foi a maior exportadora de veículos do País, com 82,4 mil unidades enviadas para 22 países da América Latina e do Caribe. O recorde anual de exportações foi alcançado em 2019, com 100 mil veículos exportados.

O C3 Aircross é o segundo modelo lançado no Brasil a partir do projeto C-Cubed, linha de produtos mais baratos da Citroën fabricados sobre versão simplificada da plataforma CMP, da Stellantis. O SUV compacto é o primeiro e até agora único da categoria com opção de sete assentos para quem quiser instalar dois bancos extras – e removíveis – no espaço do porta-malas, que vazio comporta 493 litros, que sobem para 1 mil com o rebatimento dos bancos, ou ficam reduzidos a menos de 50 litros quando são instalados os dois assentos, de 8 kg cada um.

O Renault Kardian, novo SUV compacto da Renault, representa uma nova fase da empresa. O carro global foi desenvolvido no Brasil e produzido inicialmente em São José dos Pinhais, PR, sobre a nova plataforma RGMP, com tecnologias avançadas. O design marcante foi criado pelo Design Center Americas. O modelo tem segurança aprimorada com treze sistemas de assistência ao motorista e seis airbags. Equipado com motor 1.0 TCe turbo, também produzido no Paraná, e transmissão automática de dupla embreagem, o Kardian oferece excelente eficiência energética e desempenho.

A Mercedes-Benz lançou a versão 2553 6×2 do Actros, extrapesado rodoviário com o motor mais potente fabricado pela empresa no Brasil, o OM 471 de 530 cv. Projetado para puxar carretas de transporte de grãos, químicos e cargas frigorificadas o modelo oferece maior potência e eficiência. Vem equipado com pneus Michelin, quinta-roda reforçada, tacógrafo digital, geladeira e o sistema de rastreamento e conexão Fleet Board. Esta combinação de características busca atender às necessidades dos setores mais exigentes, proporcionando desempenho, segurança e conforto aos operadores.

A família de caminhões extrapesados VW Meteor é uma das mais potentes e confortáveis do segmento no Brasil. Produzidos pela VWCO em Resende, RJ, os modelos têm transmissão automatizada V-Tronic, climatizador, geladeira e carregador de celular por indução. O Meteor 29.530 é o maior veículo Volkswagen do mundo, equipado com motor MAN D26 de 13 litros, que garante desempenho, economia de combustível, baixo custo de manutenção e alta durabilidade, atributos que tornam o modelo ideal para as aplicações mais severas, atendendo as expectativas dos clientes mais exigentes.

A Mercedes-Benz ampliou seu portfólio com o lançamento do chassi Euro 6 OF 1621, desenvolvido exclusivamente para atender a demandas de fretamento contínuo de funcionários. É o único do mercado produzido apenas para este segmento. O OF 1621 tem capacidade para transportar até 48 passageiros e pode receber carrocerias de até 12 m 50 de comprimento, equipado com motor OM 924 LA de 208 cv.

Ainda importado o chassi elétrico da Volvo entrará em operação regular em Curitiba, PR. Além da Capital paranaense também passou por testes em São Paulo com carroceria de 12m50, para transportar até oitenta passageiros. O modelo entra em operação no segundo semestre de 2024. Já foi negociado com operadores, o que deverá acelerar sua nacionalização: a Volvo já reservou R$ 25 milhões em investimento para sua produção no Paraná. Equipado com motor de 272 cv, o BZL tem autonomia de até 300 quilômetros.