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12 FROM THE TOP » PABLO DI SI, VW Fevereiro 2018 | AutoData Q uem conversar um pouco com Pablo Di Si, há três meses presidente e CEO da Volkswagen Região SAM, que compreende América do Sul, América Central e Caribe, e pre- sidente e CEO da Volkswagen do Brasil, certamente notará as as- sociações que o executivo comu- mente faz do mundo corporativo com o do esporte, em particular o futebol. E se aprofundando na conversa descobrirá que isso não acontece à toa: em sua juventude ele vestiu a camisa da categoria semi-profissional do argentino Hu- racán, ainda que seu coração seja River Plate. Quis o destino que o futebol o levasse à universidade nos Estados Unidos e de lá fizesse carreira não mais nos estádios e sim nos es- critórios de finanças de empresas como Monsanto e Kimberly-Clark e, em 2006, chegasse à Fiat e de lá à VW, em 2014. Quem se criou nos gramados não se esquece do que é fazer par- te de um time: “Não jogávamos muita bola mas éramos unidos e, por isso, ganhamos de times muito melhores do que o nosso e fomos campeões por vários anos. Muito do meu aprendizado vem daí”. Nesta entrevista ele conta como pretende fazer do time VW nova- mente um campeão, agora na condição de técnico e não mais de zagueiro, como era em campo. Entrevista a Leandro Alves, Márcio Stéfani, Marcos Rozen, S Stéfani e Vicente Alessi, filho O jogo não é amistoso Um evento representativo para a VW foi o Dieselgate, que do ponto de vista especificamente de gestão foi positivo. Não estou dizendo que foi bom para a empresa, é claro, foi muito ruim. Mas a decisão de mudar, de querer ser a nú- mero um em mobilidade sustentável, de dar maior autonomia a cada região, tudo aconteceu depois do Dieselgate. Muita coisa mudou desde então? Sim, e fico feliz de algumas coisas es- tarem acontecendo, é simbólico. Vou contar um caso real: em novembro eu estava em viagem a Wolfsburg e por acaso cruzei com o presidente nos cor- redores. Ele olhou pra mim e falou: ‘O que você está fazendo aqui?’. Eu achei essa uma mensagem ótima! Ele estava me dizendo ‘Você tem que trabalhar lá, não aqui, o seu negócio é lá, na sua região’. Antigamente isso não acontecia, era o oposto: quanto mais você ia para a matriz melhor era. Agora não. Nós temos muito mais autonomia, o que não quer dizer que não temos relatórios, telefo- nemas, vídeo conferências etc. Claro O Sr. hoje está à frente de um processo de transformação. Como essa chamada ‘nova VW’ é internamente? Bons resultados saem de um trabalho em time, olhando o negócio, sendo ágil, com as pessoas se divertindo, com bom humor. Nos primeiros meses estou tra- balhandomuitomais a parte humana, de gestão, dos que os lançamentos. Quero que as pessoas se sintam confortáveis, quero criar esse espírito de time. Inter- namente precisamos deixar de olhar a VWcomo meta: o objetivo é o cliente. É aí que começa a mudança. Tudo o que foi feito nos dois últimos anos pelo David Powels foi muito bom, e agora temos que construir acima disso. Estamos mais ágeis do que algum tempo atrás mas ainda longe do state of the art . Acho que vamos chegar lá, ser uma empresa mais leve, mais solta. Essas mudanças na VW também acon- tecememoutrosmercados emesmo no próprio board, na Alemanha. Houve um momento específico onde se percebeu essa necessidade?
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