AD 341
17 AutoData | Fevereiro 2018 definimos quais serão produzidos no Brasil e quais na Argentina a partir de uma discussão envolvendo vários itens, como custos gerais, custo de trabalho, materiais, logística, produtividade, ab- senteísmo... aí você começa a comparar e toma as decisões, que creio que foram as corretas. Alguns produtos serão alo- cados no Brasil para atender à Argentina e outros mercados, um SUV e um ha- tch, e outro SUV na Argentina, o Tarek, para Brasil e América Latina. Eles são complementares. O estudo foi aprofun- dado, neste caso específico incluindo a nacionalização não só na Argentina como também no Brasil, pelo conteúdo regional. Quanto mais negócios a VW gerar entre Brasil e Argentina, melhor. Como será exatamente essa integração a partir dos fornecedores? Se faço, por exemplo, os bancos do Gol no Brasil, na empresa X, e dou o banco do Tarek para ela produzir também, es- tou reforçando este fornecedor. Precisa- mos aumentar a nacionalização no Brasil e naArgentina, a cadeia de fornecedores aqui é fraca e na Argentina ainda mais. A VW então pretende concentrar mais pedidos em menos fornecedores? Só mantendo o exemplo não vamos procurar um novo fornecedor para os bancos do Tarek, mas sim tentar forta- lecer o que já existe. Argentina e Brasil tem que ser complementares, eu sem- pre digo isso. Não podemos fazer uma fábrica de motores na Argentina para concorrer com a fábrica de motores no Brasil, é uma loucura. Faz mais sentido pegar quatro ou cinco peças de mo- tor que a Argentina tenha expertise e complementar a produção do Brasil. Na Argentina, aliás, serão produzidas quatro novas picapes de algumas marcas em 2018 e 2019. Se o país tem especializa- ção em picapes, ótimo, mas que não queiram produzir hatches econômicos porque isso não vai funcionar, é melhor fazê-los no Brasil. O Sr. afirmou que a cadeia de fornece- dores no Brasil está fraca. Há iniciativas VWpara reforçá-la? Temos esse problema, e essa não é uma questão exclusiva da VW, é da indústria. Temos procurado ajudar. No lançamento do Virtus, por exemplo, aproveitamos toda a estrutura do evento e chama- mos o BNDES, para que os fornece- dores pudessem conversar com eles, junto às nossas equipes de compras e finanças. Tambémestamos reforçando o time de compras internamente. Quando um fornecedor tem algum problema antecipamos isso, se precisar que al- guém venha da Alemanha para ajudar, trazemos... é um espirito de time, nós precisamos ajudar. Os fornecedores estão prontos para atender o crescimento que o Sr. estima? Neste evento conversei com cerca de dez CEOs destas empresas. Perguntei qual a estimativa de cada um para o crescimento em 2018, e as respostas foram, emmédia, de 4% a 6%. Omais oti- mista respondeu 8%. E quanto vai cres- cer a indústria? 15%! E isso foi agora, em janeiro. Como os fornecedores sofreram muito na crise, agora estão conservado- res. Estou me antecipando, precisamos resolver isso, esse descompasso. Se não fizermos algo não teremos carro para vender. E isso não é só para VW. Esse conservadorismo dos fornecedo- res não se justificaria por experiências anteriores, nas quais eles pagaram a conta de estimativas de crescimento de mercado não concretizadas pela via direta de corte abrupto de pedidos já colocados? “Precisamos continuar enxugando um pouco a rede para melhorar a rentabilidade da própria rede”
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