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18 FROM THE TOP » PABLO DI SI, VW Fevereiro 2018 | AutoData Todo pedido geralmente tem de três a quatro meses fixos, dependendo da empresa, mas pode sim acontecer da montadora precisar cortar... às vezes há um plano de vender X carros e, se o cliente não entra na loja, tem que cortar pedidos de peças. O problema é que o fornecedor geralmente não temo capital de giro que precisa. E amaior parte deles está trabalhando em um turno, ou seja, para aumentar a produção precisaria entrar no segundo turno, o que é mais complexo, um salto grande. Por isso eles estão trabalhando com esses índices conservadores: é o que dá pra crescer no mesmo turno. Precisamos entender o que fazer, temos que identificar os gargalos dos nossos fornecedores e, ao mesmo tempo, vou ser crítico com nosso planejamento. O parque de for- necedores aqui era muito forte e agora, com o crescimento das vendas, essa fase de transição temque ser conduzida de forma cuidadosa, sem castigá-los.. Em termos de conteúdo tecnológico os fornecedores nacionais conseguem suprir as novas demandas VW? Aqui os fornecedores têm conteúdo em termos de tecnologia. Neste caso faço um paralelo com a própria Volkswagen: ficamos anos sem fazer um lançamento relevante e, então, havia uma dúvida na matriz, ‘puxa, será que o time do Brasil consegue fazer um carro assim, desse jeito?’. E conseguimos. Tivemos, sim, di- ficuldades com o Polo, mas já no Virtus ocorreu uma melhora significativa. Eu acho que o mesmo vai acontecer com os fornecedores. Eles têm uma altíssi- ma competência. Passamos por anos difíceis mas o conteúdo existe. A saída será rápida, acredito. E o Rota 2030, como fica? Acho que existe um antes e um depois do Inovar-Auto na nossa indústria. O go- verno teve uma visão de fazer com que os carros evoluíssem em tecnologia, e com isso as empresas começaram a investir. O Brasil ganhou muito. Houve erros, sim, e a correção deles é o que tentamos fazer com o Rota 2030. Para mim é estratégico que isso seja aprova- do, para o Brasil. Não estou falando que vou ganhar um real a mais ou um real a menos com isso: é questão de ser algo fundamental, não pelo valor mas pela mensagem que passamos para nossas matrizes. Se me perguntassem em no- vembro se o Rota 2030 seria aprovado eu diria que sim, mas hoje acho que demos um passinho para trás. Amissão doVirtus é só América Latina? Não. Temos vários projetos para exportar o Virtus a partir do Brasil para todos os mercados. Ele só vai ser produzido e ex- portado a partir daqui. Estou trabalhando pessoalmente em desenvolver outros mercados além da América Latina. AVWB fechou recentemente umcontra- to comaAlemanha para enviarmotores a partir de São Carlos. Qual motor será? O 1.4 TSI. Vamos multiplicar por seis ou sete vezes a exportação de motores. Como a VW se prepara para o futuro? O futuro está muito perto, mais próximo do que imaginamos. O que vai fazer di- ferença não é o carro elétrico, é o carro autônomo. Nós vamos ter que nos rein- ventar como empresa. Por exemplo: os carros do futuro não terão transmissão, e temos muita gente competente em várias fábricas de transmissões. Assim, já iniciamos um novo treinamento para algumas dessas pessoas, pois quanto antes você começar mais preparado vai estar. “Como os fornecedores sofreram muito na crise, estão conservadores. Temos que resolver isso: se não fizermos algo agora não teremos carro para vender depois”
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