AD 341

23 AutoData | Fevereiro 2018 Outro executivo, que tambémpede para não se identificar, avalia que “o novo regime automotivo foi desenhado com propostas de longo prazo mesclando obrigações e benefícios. Mas, até agora, apenas a parte das obrigações foi bem recebida por uma parte do governo”. Ambos concordam comMegale e acre- ditam que no fim das contas algo do Rota 2030 vá, sim, sair. Mas seria algo tanto dis- tinto do que foi desenhado nas salas de reunião do MDIC – seria algo como a mais ou menos a metade do que foi proposto. Uma destas relações meio-a-meio pos­ sivelmente estará nas questões envolvendo as particularidades das montadoras pre- mium/baixo volume: Audi, BMW, Jaguar Land Rover e Mercedes-Benz. Oficialmente todas dizemapenas aguardar, mas extra-ofi- cialmente já se dão por vencidas e sabem que não terão os mesmos níveis de bene- fício que receberam no Inovar-Auto. Gleide Souza, diretora de assuntos go- vernamentais da BMW, apenas lamenta: “Quando não se tem previsibilidade tudo fica mais difícil. Estamos atuando no escuro”. Frédéric Drouin, presidente da Jaguar Land Rover para América Latina, avalia que “certamente nossa estratégia será impacta- da pelo Rota 2030. Poderá haver ajuste nos planos, dependendo do que for publicado”. Ninguém, entretanto, fala em fechar sua fábrica, independente do que vier. O presi- dente da Mercedes-Benz do Brasil, Philipp Schiemer, chegou a tocar neste assunto há cerca de um ano, durante a gestação do Rota 2030. Mas neste janeiro o chefão Dieter Zetsche, presidente mundial da empresa, avisou durante entrevista concedida ao jor- nal Valor Econômico, no Salão de Detroit, que esta possibilidade sequer foi avaliada. JÁ TEMOS ALGO Não resta dúvida de que no caso de uma inexistência do Rota 2030 omaior derrotado seria a própria indústria automotiva nacional, que veria sua capacidade de competição global seriamente ameaçada. Mas nem tudo parece perdido. Pode-se considerar que ao menos uma parte do Rota 2030 já foi efetivada, ainda que não apresentada desta forma. Em âmbito mais geral, a reforma traba- lhista, umdos temas discutidos no contexto do programa, foi aprovada. E no foco mais fechado, três resolu- ções do Contran foram publicadas: a 716, de novembro, determinou a realização da Inspeção Técnica Veicular nacional até o fim de 2019. A 717, também de novembro, esta- beleceu cronograma de estudos técnicos e regulamentação de itens de segurança veicular. E a 721, de janeiro, obriga realização de crash-test lateral em todos os modelos vendidos no País até 2023. É pouco, mas é melhor do que nada. De qualquer forma outra regulamenta- ção que já parece certa para sair é a que diz Em Brasília, DF, são muitas reuniões para poucas decisões Divulgação/PR Divulgação/Agência Brasil

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