AD 341

27 AutoData | Fevereiro 2018 que ser feita aqui. Isso não pode se perder”. Mas reconhece que ainda que a política venha a ser estabelecida para o prazo do primeiro ciclo do Rota, ou seja, 5 anos, po- derá existir para o primeiro ano algum tipo de instrumento de adaptação às necessi- dades de ajuste fiscal do governo federal. Com relação às fabricantes premium/ baixo volume Gandini entende que estas são “difusoras de novas tecnologias”, o que é importante dentro do contexto futuro da indústria automotiva nacional, e isso aju- da na atração de investimentos. Mas diz que “estas empresas vieram ao País como produtoras não por causa do Inovar-Auto, mas sim por causa do mercado. Na épo- ca toda a indústria falava em projeções de cerca de quatro milhões de unidades anuais vendidas no mercado interno até o fim desta década, sendo 120 mil somente no segmento premium”. A diretora do MDIC complementa afir- mando que “o mercado vai retornar [ao crescimento sustentado], mas algumas empresas precisam de um fôlego para passar por esse vale”. Segundo informações de fontes em Brasília, DF, não confirmadas pela diretora do MDIC, o governo estuda conceder às fabricantes premium/baixo volume uma alíquota mais favorável para as condições do Reintegra, o que estimularia suas expor- tações. Há também estudo para redução particular do imposto de importação de autopeças – e ao menos uma destas me- didas deve ser aprovada. PROSSEGUIR, PROSSEGUIR Margarete Gandini acredita que após a esperada publicação da espinha-dorsal do Rota 2030 outros temas correlatos possam vir a ser avaliados e discutidos de forma mais aprofundada. Umdeles émaneira de mostrar ao consumidor com maior clare- za e transparência as qualidades de cada modelo em termos de segurança, de for- ma assemelhada à que ocorre hoje com a etiquetagem veicular para consumo e emissões – talvez até mesmo na própria. Outro tema na fila é a questão da tec- nologia híbrida e elétrica não para auto- móveis, mas para o transporte coletivo, já dentro do capítulo mobilidade urbana do Rota 2030. Gandini, aliás, endossa a decisão consi- derada como certa de reduzir o IPI de híbri- dos e elétricos de 25% para 7%. “Temos que ampliar a demanda destes veículos, que ainda é reduzida. Em 2017 as vendas deste segmentoaqui foramde apenas poucomais de trêsmil unidades, 0,2%domercado total”. Para ela “há consenso que a indús- tria automotiva está mudando, e o Brasil precisa acompanhar a velocidade destas mudanças”. Neste ponto recorda que o Inovar-Auto foi fundamental para a obtenção de me- lhoria de 15,5% na eficiência energética dos veículos brasileiros, “promovendo redução de consumo de combustível”, e que um novo salto a partir do Rota 2030 é impres- cindível. “Os avanços não podemparar, não podemos retroceder.” Independente do desfecho, Gandini “Todo mundo cedeu um pouco para compor uma política comum. O setor automotivo só será forte se todos trabalharem juntos.” considera que o Rota 2030 já carrega em si imbuída uma vitória ao reunir, como nunca antes acontecera, múltiplos participantes da cadeia automotiva em torno de umob- jetivo comum e de longo prazo. “Tivemos um claro avanço em termos de coordenação de cadeia. Sentaram-se à mesa as fabricantes, importadoras, au- topeças, concessionárias, sindicatos, ferra- mentarias, universidades, órgãos nacionais e internacionais... todo mundo cedeu um pouco para poder compor uma política comum. O setor automotivo só será forte se todos trabalharem juntos. Não podemos ter só as montadoras e os Tier 1 fortes. Todos os elos precisam estar fortes.”

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