AD 341
36 Fevereiro 2018 | AutoData EXPORTAÇÃO ano. O Brasil, diga-se, responde por 58% do mercado argentino – ou seja, de cada dez veículos comercializados no segundo maior país da América do Sul quase seis são fabricados aqui. Esse porcentual, inclusive, está subindo a cada ano: foi de 44% em 2015 e 49% em 2016. Além do novo fôlego macroeconômico a Adefa cita a melhora do poder aquisitivo do consumidor, a maior oferta de produtos, planos de financiamento mais palatáveis e reajustes de preços abaixo da inflação como os propulsores da disparada das vendas de veículos no país. O fimda restrição à entrada de produtos estrangeiros, assinada ainda no fimde 2015, tambémpermitiu o incremento das exportações brasileiras. No entanto a redução do ritmo do cres- cimento da economia argentina projetada para este ano, a inflação ainda na faixa dos 20% e o anúncio pela Casa Rosada, no fim de janeiro, de um aumento do cerco às importações brasileiras acima do limite es- tabelecido pelo acordo automotivo tendem a inibir as vendas externas das fabricantes brasileiras para lá. A Adefa, vale dizer, considera o cresci- mento de 5% como satisfatório em se tra- tando de um “mercado maduro”. EMPRESAS QUEREM MAIS Independente deste cenário as fabrican- tes de veículos seguem com planos ousa- dos para levar produção além-fronteiras. A MAN, por exemplo, fala em aumentar as vendas para fora do Brasil em até 20% em 2018. Segundo Roberto Cortes, seu presiden- te, a alta faz parte de plano de internaciona- lização da produção da fábrica de Resende, RJ. De 2016 para 2017, com um aumento de 31% nos embarques, a participação da exportação no total produzido ali cresceu de 15% para 25%. “A queda do mercado interno nos fez olhar para fora, mas a internaciona- lização já era um projeto.” Além da Argentina, para onde seguiu quase metade da exportação da MAN, México e Chile foram os principais desti- nos da produção da fábrica fluminense. O caminhão Constellation 17.280 é o grande astro internacional da empresa: com cerca de duas mil unidades vendidas o semipe- sado foi o líder de vendas no mercado ar- gentino. Parte considerável do crescimento projetado para 2018, no entanto, está nas costas da nova linha Delivery, que começa a desembarcar nos países sul-americanos a partir de maio. Omodelo, no entanto, não será exporta- do para o México – a MAN preferiu produzir o novo caminhão na fábrica de Querétaro, 221 quilômetros ao norte da capital mexi- cana. Para conquistar espaço em mercados estrangeiros a empresa orgulha-se de não exportar apenas o que produz, mas também desenvolver produtos pensados para cada destino. Exemplo dessa tática é o Volksbus 14.190 SCD, em configuração específica para atender demandas do transporte de passageiros no México – foi necessário, por exemplo, reposicionar o banco domotorista, que no país acumula a função de cobrador. A MAN também abriu recentemente uma frente na Nigéria ao fechar acordo com grupo local para montar o Volkswa- gen Worker em Ibadan. A previsão inicial é de trezentas unidades, com expectativa de superar 1 mil caminhões anuais até 2022. A Scania brasileira também soube ex- plorar omercado externo commaestria, em muito por seu sistema global de produção, que lhe permite oferecer os mesmos pro- Brasil domina a Argentina Participação de veículos brasileiros no mercado argentino 44% 49% 58% 2017 2016 2015 Fonte: Adefa
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