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51 AutoData | Fevereiro 2018 derá espaço em meio a uma competição acirrada. Em sem-fimde ideias, protótipos emo- vimentações de aquisição que hoje pairam sobre o setor, há pilares que são conside- rados mais urgentes no que diz respeito à sua adoção por parte das empresas. A mudança, hoje, é vista como algo para se tornar realidade em médio prazo, e basi- camente passa principalmente por dois vetores: powertrain e serviços. “O setor automotivo passa por ummo- mento de revolução e tem a vantagem de acontecer agora, depois de outras indús- trias, que passaram por suas revoluções mais cedo, errarame acertaram. Para evo- luir, ele precisa beber da história das outras”, afirma Ricardo Bacellar , consultor para o setor automotivo da KPMG. A consultoria concluiu recentemente a edição 2018 da pesquisa GlobalAutomotive Executive Survey, à qual AutoData teve acesso com exclusividade. O trabalho é fruto de respostas de mais de novecen- tos executivos do setor, de 43 países. Na edição deste ano Bacellar aponta que os caminhos sugeridos às empresas não são exclusivos às fábricas instaladas nomundo desenvolvido, mas a todos os países. “O Brasil já não estámais isolado tecno- logicamente do resto domundo: basta ob- servarmos que as fábricas aqui produzem veículos globais. Há questões importantes a serem vistas, inclusive aquelas onde o País pode ser protagonista nomundo todo.” POWERTRAIN Segundo o estudo da KPMG os veículos elétricos movidos por célula de combus- tível substituirão os veículos elétricos de bateria até 2025. O parecer da pesquisa pode gerar surpresa, vez que ainda há am- plo desenvolvimento de veículos elétricos movidos a bateria por parte das monta- doras. Recentemente a Tesla, espécie de ícone da eletrificação por bateria, sinalizou que pode fazer negócios no Chile como forma de ficar mais próxima das fontes de lítio, principal matéria-prima das baterias. Na China, país que cada vez mais abriga entusiastas de projetos de veículos elé- tricos, há o aval do governo para que se aporte recursos de forma deliberada a fim de reduzir dependência das importações de petróleo. O consultor considera que apesar dos movimentos atuais direcionados à eletrifi- cação pormeio de baterias como tempo a indústria verá que a formamais sustentável, do ponto devista de negócio, é a tecnologia de células de combustível. “Há problemas na demanda por lítio, nas questões que envolvem sua exploração e no ritmo do avanço do desenvolvimento das próprias baterias. As fabricantes podem entrar em um processo longo, mais lento que a velocidade da demanda por veículos sustentáveis, e há o risco de surgiremoutras empresas, de outras indústrias, para fazer esse serviço, oferecendo soluções mais vantajosas.” Também segundo a pesquisa o item ‘Mobilidade pormeio de célula de combus- tível’ foi omais lembrado pelos executivos entrevistados. Em 2014, aponta o estudo, este foi apenas o sexto itemmais presente nas discussões dos gestores. Neste sentido, afirma Bacellar, um cenário que se mostra amigável às células de combustível pode ser favorável ao Brasil e proporcionar às empresas instaladas aqui uma oportuni- dade talvez única: “Imagine umpanorama onde o Brasil se posicione, no futuro, como o primeiromer- cado onde foi desenvolvida uma tecnologia de célula de combustível movida a etanol. Já sabemos como fazer o combustível, e cabe à indústria local se movimentar no sentido de criar meios para desenvolver essa tecnologia. Mais uma vez: se demorar- mos surgirão outros países a assumir esse papel, como os Estados Unidos”. O consultor acredita que o movimento de popularização das células de combus- tível, uma tecnologia que ainda é pouco conhecida e disseminada no mercado, não se dará pormeio dos esforços de uma única empresa, mas sim a partir de ação organizada de forma conjunta. “A Toyota, por exemplo, é uma empresa que está à frente das demais no desenvolvimento das células, mas não conseguirá massificá-la João Mantovani

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