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16 FROM THE TOP » CARLOS ZARLENGA, GM Março 2018 | AutoData faz repensar o futuro. Mas por causa disso vamos anunciar mudanças na estratégia da GM? Não, de jeito nenhum, porque eu acho que o Rota 2030 vai sair. A falta de uma política automotiva no Brasil pode atrapalhar também a inte- gração no Mercosul? Hoje temos um trabalho de convergência de normas nos dois países que come- çou e que está evoluindo muito bem. Não aconteceu tudo que queríamos, mas o tema tem evoluído. A discussão da integração hoje é uma coisa central, algo que há um ano e meio atrás não era. Harmonização de normas, consumo, emissões, segurança... é umponto chave para todomundo, inclusive paraAnfavea eAdefa. Nesse contexto, quando se tenta modificar coisas altamente complexas como são as normativas de ambos pa- íses, sempre é bom ver que um plano de longo prazo existe. É muito mais fácil acreditar nessa convergência quando há um passo como o Rota 2030 dado do que quando não há. E há outros pontos, como por exemplo as conversas de li- vre comércio. Eu acho que essa abertura para a indústria com a União Europeia é uma coisa boa. Mas não pode haver livre comércio com a UE se não houver do Brasil com a Argentina e com o México. Podemos acreditar nessas propostas de longo prazo quando não fechamos nem mesmo as normas da própria indústria do País? Tudo ficamenos crível. Acredito que o governo vai entender esse ponto. Esse cenário do primeiro bimestre, com investimentos, diversos lançamentos e crescimento das vendas não pode ser interpretado em Brasília, DF, como um sinal de que o setor se vira muito bem sozinho e que não precisa do Rota 2030? Eu não subestimo o entendimento que há em Brasília sobre os prazos médios de desenvolvimento da indústria auto- motiva. Acho que o País e o governo en- tendem bem como ela funciona. E que o investimento da GM foi trabalhado no ciclo anterior pensando claramente nas normas que iriam valer daqui para fren- te. O mercado crescente neste ano tem relação muito mais com a recuperação da confiança do consumidor do que com os produtos em si. Eu acho que há essa compreensão. Sou otimista e creio que este tema vai evoluir neste trimestre. Imaginando que o Rota 2030 saia sem contemplar incentivos para P&D: o quan- to isso atrapalharia a modernização dos veículos nacionais? Qual é a carga tributária total da indústria automotiva no Brasil? Falamos de número por volta de 50%, é um dos maiores do mundo. Então quando falamos de bene- fícios fiscais para a indústria automotiva, quando se olha para o pacote inteiro, a conta inteira, não é uma grande diferença. O ponto aqui é que todos os elementos são vinculados: a eficiência energética está atrelada a um investimento que tem que ser feito, que foi pensado dentro do

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