AD 342

22 Março 2018 | AutoData FORNECEDORES » VAI FALTAR PEÇA? Carlos Zarlenga, presidente da GMMer- cosul, divide as preocupações do colega da VW. Ele considera que “a capacidade dos fornecedores será uma dificuldade com a qual toda a indústria terá de convi- ver nos próximos três a quatro anos, pelas taxas de crescimento previstas”. O executivo compreende que para a cadeia “crescer é difícil, requer capital de giro, manutenção e investimentos que precisam ser feitos em um período de re- cuperação da crise”. Uma das questões envolvidas no processo, em seu ponto de vista, é que durante a fase áurea do mercado brasileiro “muitas decisões de investimento não foram as melhores do ponto de vista de eficiência e sustentabi- lidade. Alguns fornecedores improvisaram ações só para atender a demanda, sem se preocupar com o expertise, a qualidade”. Assim, revela, a GM têm conversado a respeito com seus fornecedores desde o ano passado tentando tapar qualquer bre- cha que ameace suas planilhas. “Tomara que achemos o caminho. Até agora está funcionando, mas a parte mais forte do crescimento ainda não veio”, alerta. Aprojeção da GM é crescer sua produ- ção em22% neste ano, somadas as fábricas de Brasil e Argentina. O executivo afirma que até o momento a fabricante não re- gistrou falta de componentes, em parte por “trabalho de racionalização da rede de fornecedores realizado durante a crise”. MAIS E AINDA MAIS Por sua vez a Nissan endossa o coro das estatísticas bem acima da Anfavea: projeta elevar seus índices produtivos em 25% no País neste 2018, graças, em boa parte, à consolidação da produção local do Kicks, lançado no segundo semestre de 2017. Marco Silva, presidente da Nissan do Brasil, revela que para os fornecedores, na prática, o aumento será ainda maior, pois além do crescimento da produção em si a fabricante ainda conduz programa de aumento dos índices de nacionalização, substituindo importações. “Estamos discutindo agora com os for- necedores a possibilidade de um novo aumento da produção, para além do que já está contratado.” Um estudo da Nissan revelou que 80% dos parceiros estão oti- mistas e veem essa chance como opor- tunidade, mas 20% nutrem alguma resis- tência. “Ela vem do passado dos últimos três anos, quando alguns não consegui- ram sobreviver e os que conseguiram foi a duras penas. Para estes uma reação é mais demorada, depende do quanto estão capitalizados.” Para este grupo a Nissan está realizan- do estudos individualizados, chegando in- clusive a oferecer apoio financeiro, técnico e de gestão, ainda que estes sejam casos restritos, segundo Silva. ANissan trabalha emResende, RJ, em dois turnos cheios, mas se houver “consis- tência no crescimento do mercado” pode até lançar mão de um terceiro turno. “Não descartamos essa possibilidade.” Quem não reparte destas preocupa- ções é Stefan Ketter, COO da FCAAmérica Latina. Para ele, é uma questão de “como cada empresa trabalha. Em Pernambuco, por exemplo, está tudo preparado, geren- ciamos de doze meses para frente. Lá não pode faltar peça. Trabalhamos muito na questão preventiva”. “Há fornecedores em dificuldades até para comprar matéria-prima” Pablo Di Si, da Volkswagen “Não descartamos a possiblidade de produzir em três turnos no Brasil” Marco Silva, da Nissan Christian Castanho Ana Colla

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