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27 AutoData | Março 2018 “As fábricas de caminhões encurtaram coletivas, o que há tempos não se via” Luis Marques, da Meritor “Janeiro deu margem para a projeção de 2018 parecer conservadora” Gisela Pinheiro, da Basf Gisela Pinheiro, vice-presidente de Materiais e Soluções Funcionais da Basf para América do Sul, revela que a em- presa também trabalha alinhada às ex- pectativas da Anfavea. “Mas janeiro deu bastante margem para questionamento deste número, que pareceu conservador diante do resultado.” De qualquer forma ela entende que projeções por volta de 20% a 25% de alta em 2018 são “bem agressivas”, mas as- segura que caso necessário a Basf está preparada – a operação da empresa corre em regime de três turnos em algumas áreas desde o fim do ano passado. A executiva acredita que para a cadeia a saída mais fácil e rápida para atender um crescimento além do previsto é, mesmo, aumentar o ritmo de trabalho. “Ainda há capacidade ociosa. Além disso contrata- ções fariam bem à própria economia, já que o índice de desemprego é um dos únicos que ainda não reagiram commaior intensidade.” PEGANDO PESADO Nos veículos comerciais o cenário é aindamais impressionante. Depois de uma retração violenta a reação parece vir coma mesma intensidade: no primeiro bimestre as vendas de caminhões e ônibus cres- ceram 58% ante mesmo período de 2017, segundo a Fenabrave. Luis Marques, gerente de marketing e aftermarket da Meritor para a América Do Sul, acrescenta que para as sistemistas do segmento o cenário de crise foi ainda mais devastador do que para as monta- doras, “pois quando tudo começou a cair elas ainda tinham estoques de peças à disposição”. Por conta disso agora o que ocorre é justamente o contrário: “Nosso ritmo de crescimento neste momento é maior do que o das próprias fábricas, porque não só temos que recompor esse estoque como também dar conta das exportações”. Por isso a Meritor cresceu 30% emvolu- me de produção em2017 e projeta superar 20% neste 2018. Ele lembra que a base de comparação ainda é extremamente baixa, e calcula que o mercado de caminhões neste ano, mes- mo comessa vigorosa elevação estatística, será mais ou menos metade daquele al- cançado em 2011, tempo áureo. Isso, por suas contas, representaria alta de 20% na produção da indústria ante 2017. Sinal dos tempos, diversas montadoras do segmento até encurtaram período de férias coletivas no fim do ano passado, “algo que há muito não se via” – e que a Meritor acompanhou. A empresa opera em dois turnos mas apenas em algumas áreas, o que lhe dá certa margem para reforçar mais a produ- ção caso necessário. Terceiro turno, por enquanto, nem pensar. Marques endossa o entendimento de que também nessa área “a cadeia está fragilizada. A retomada traz desafios não só para nós, mas para toda indústria”. Falando em indústria como um todo o Sindipeças, representante maior do segmento, foi procurado por AutoData para tecer suas impressões sobre esta delicada e importante questão. Mas, até o fechamento desta edição, não retornou pedido de entrevista com o presidente da associação, Dan Ioschpe. Divulgação/Meritor Divulgação/Basf

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