AD 342

46 Março 2018 | AutoData TECNOLOGIA » ETANOL + ELÉTRICOS Para Clemente no Brasil faz mais sen- tido incentivar o uso de biocombustíveis em detrimento de combustíveis fósseis. “O País tem além do etanol, por exemplo, biogás, biodiesel, bioquerosene, biomassa. É genial.” PELO FIM DA DIFERENÇA Uma discussão que já existe há bom tempo tanto na área técnica quanto nas mesas de negociação governamentais é a redução da diferença de consumo de motores flex quando abastecidos com gasolina e cometanol –muitas vezes ainda chamado de álcool pelos motoristas nos postos, força do hábito. Para o representante da AEA “se houver combustível de alta octanagem na bomba e incentivos para aumentar a autonomia o uso do etanol crescerá no País”. Ele explica que “a discussão gira em torno de aproximar a gasolina boa do etanol bom com uma regulagem quase ótima para os dois”. Atualmente o etanol hidratado brasileiro tem 92,4% de pureza e o restante de água, enquanto nos Esta- dos Unidos esse índice é de 98,2%. “Seria preciso verificar a implicação disso na frota circulante. Poderia ocorrer uma migração gradual até a unificação.” A sequência da evolução, para ele, se- ria continuar desenvolvendo a combustão interna de forma a tirar maior proveito do etanol. Nessa escala depois viriamos híbri- dos flex e, a seguir, célula a combustível. “Os veículos de célula de combustível com etanol, como o projeto da Nissan, têm apelo sensacional, mas antes precisam resolver questões de engenharia.” A Bosch do Brasil, pioneira na tecno- logia que elimina a necessidade do tan- quinho de gasolina para a partida a frio de veículos abastecidos com etanol, passa por uma reestruturação interna para lidar com a eletrificação. Fabio Ferreira, diretor de produtos, revela: “Vemos no etanol uma chance para melhoria na emissão global de CO2, no cálculo do poço à roda. Amis- tura maior de etanol à gasolina tende a melhorar a questão ambiental em vários países”. Para o executivo o desafio é melhorar a eficiência dos motores a etanol para que alcancemmaior autonomia e diminuam a diferença de consumo para a gasolina. E também emissões, “lembrando que em 2022 teremos a entrada da nova norma de emissão PL7”. Ricardo Takahira, da ComissãoVeículos Elétricos e Híbridos da SAE, defende a adoção de políticas que incentivem pes- quisa e desenvolvimento nesta área. “A Ford poderia fazer com o Fusion Hybrid o mesmo que a Toyota estuda com o Prius.” Ele argumenta que “desafio é não ter política pública. Nunca tivemos um P&D local. Chegamos a contar com uma época boa com o flex, que na verdade é uma calibração. Agora não temos política séria de elétricos e híbridos. O flex foi o auge de autonomia e P&D locais mas ultimamente temos perdido tudo devido à adoção de plataformas globais. Só colocamos circui- tos específicos”. Takahira alerta que “se nada for feito rumo à eletrificação nosso parque de au- topeças vai sumir. Omundo todo dá sinais de que as coisas estão mudando e acho que temos como nos posicionar e traba- lhar em soluções paralelas com o mundo automotivo que acabem por convergir”. Protótipo do Toyota Prius híbrido flex fará viagem-teste de São Paulo, Capital, a Brasília, DF, destino certamente interessante Divulgação/Toyota

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=