AD 342
8 » LENTES Março 2018 | AutoData Divulgação/Fotos Públicas/Oswaldo Corneti REDUCIONISMO Coisas que acontecem em épocas reducionistas, quando empresas conseguem acreditar que administradores de empresas, com MBA de marketing a bordo, por exemplo, são excelentes potenciais gerentes de imprensa e de relações públicas, numa daquelas mostras antecipadas de que a bola errada entrará, mais uma vez, na caçapa para estragar seu jogo: a subsidiária da Porsche no Brasil indicou o administrador de empresas Rodrigo Soares, detentor de MBA em marketing, como seu novo gerente de imprensa e RP. Em comunicado diz que Rodrigo tem “ampla experiência no segmento automotivo”, no qual iniciou carreira em 2004. Não conta onde. REDUCIONISMO 2 Mas a Porsche conta que desde 2015 Rodrigo foi seu gerente de vendas, “tendo um papel importante no sólido crescimento da companhia”. Não conheço Rodrigo e acredito que ele não tenha jornalistas amigos a quem recorrer numa hora dessas para consultar a respeito da oportunidade – será que vale a pena? Pois esse mundo no qual ele adentra, agora, acredito, deva ser exercido por gente do ramo. REDUCIONISMO 3 Deve ser mais uma daquelas soluções domésticas à guisa de economia porca. Já cansamos de ver isso. Acredito, de maneira intransigente, que profissionais de imprensa e de RP, gente da área da comunicação social, é que assume essas posições – da mesma maneira que, certamente, administradores têm o seu lugar reservado na estrutura das empresas. Os casos em que esse tipo de indicação funciona conformam uma absoluta exceção. A não ser que a Porsche Brasil tenha uma formidável boa experiência com profissionais exercendo funções fora de sua área de formação. CONFIAR É UM RISCO Confiar em números, índices e dados estatísticos de órgãos públicos é um risco, como mostra a Inrix, empresa baseada em Kirkland, Washington, perto de Seattle, www.inrix.com . Sua tarefa foi medir congestionamentos em 1 mil 360 cidades de 38 países em todos os continentes. São Paulo, que em 2016 era a sexta cidade mais congestionada do mundo, cresceu duas posições no ano passado – e passou ao quarto lugar, desbancando São Francisco, Califórnia, e Bogotá, Colômbia, e mantendo a liderança na América do Sul. Seu ICI, de Inrix Congestion Index, é 16,9 contra 18,3 de Los Angeles, Califórnia, a primeirona do ranking. Aqui, em 2017, 22% do tempo dos motoristas foi gasto em congestionamentos, o que representou 86 horas. Causa óbvia: o crescimento da velocidade permitida nas avenidas marginais dos rios Pinheiros e Tietê?
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