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9 AutoData | Março 2018 Por Vicente Alessi, filho Sugestões, críticas, comentários, ofensas e assemelhados para esta coluna podem ser dirigidos para o e-mail vi@autodata.com.br Divulgação/Ford uma troca 2 por 1. Como ouvido, e às vezes lido, é conhecido o tamanho do prejuízo sucessivo, exercício a exercício, da companhia na região – e isso deve dizer alguma coisa aos analistas. Principalmente porque o mundo automotivo está às vésperas de mais uma grande revolução, tipo aquela da instituição do fordismo e suas linhas de montagem. Mas nada a ver com os chamados velhos tempos. FORD 3 Assim, ao mesmo tempo em que se deseja frear o preju por aqui é fundamental preparar a estrutura presumivelmente restante para os novos tempos – nos quais a companhia, com sua história e tradição, também quer exercer papel de alta relevância, igualzinho ao que aconteceu na primeira revolução, como admitia o vice-presidente Rogelio Golfarb em conversa durante o Salão de Detroit, em janeiro. Talvez seja esse, então, o pensamento estratégico predominante aplicado às operações na América do Sul: reduzir a organização para preparar o futuro. (No caso o futuro mais próximo será composto de várias alternativas elétricas e o de longo prazo de variados graus de direção autônoma com altíssima incidência de tecnologia e conectividade. Mas sempre a bordo de ve-í-cu-los.) FORD 4 Quem observa percebe o grande elenco de acordos da Ford fora do mundo dos carros e dentro do mundo da inteligência artificial e da alta conectividade. Quem conversa com os Ford guys mundo afora entende melhor a que a companhia pretende se destinar: nada menos o primeiro lugar no futuroso universo da mobilidade. Daí a síntese, quase uma lei geral: na América do Sul encolher seria sinônimo de crescer ao longo dos anos que vêm. FORD Ford se manterá ativa na América do Sul como produtora de veículos? Esta pergunta se faz a respeito da Ford e de mais meia dúzia de outras fabricantes. Mas, no caso, há mais pistas disponíveis. Tudo começou a ficar mais claro na quinta-feira, 8 de fevereiro, com a divulgação de reportagem do jornalista Caio Bednarski, da Agência AutoData de Notícias: citando fonte da indústria fornecedora de autopeças antecipava o encerramento da produção do Focus na fábrica de General Pacheco, na Província de Buenos Aires, para até 2019 e deixava a porta aberta para a pergunta: e-a-nova-geração:- onde-será-produzida? E no meio desse balaio argentino também está o destino da picape Ranger, que não tem traço de sucessão. FORD 2 Na penúltima semana de fevereiro a Coluna De Carro por Aí, editada a partir de Brasília, DF, por José Roberto Nasser, e distribuída nacionalmente, também enfrentou o assunto. Nasser tirou do embornal a relação dos maiores acionistas com o board da companhia e a questão crucial: qual-é-o-futuro-da-Ford? Como se percebe é comprido o pano de fundo de mais esta história. Poderia implicar, também, o fim das atividades na fábrica do Taboão, em São Bernardo do Campo, SP, hoje Fiesta e Cargo, com toda a força sendo concedida à de Camaçari, BA, hoje Ka e EcoSport. Lá, em 2019, nasceria um novo produto para substituir Fiesta e Ka, JÁ EM RIBEIRÃO... A falta de profissionais adequados nos seus devidos lugares gera incredulidade e muita risada nas boas redações do mundo. Pois vejam: no mesmo dia em que AutoData recebeu o press release da Porsche chegou, também, o de pequena assessoria de imprensa de Ribeirão Preto, SP. Com um título catastrofal, como o rotularia Jean Melé, criador do finado, e combativo, diário Notícias Populares: Novo Polo É Eleito o Carro mais Premiado. É inimaginável que um press release com esse título seja distribuído – mas foi. Coisas que acontecem, claro. Falha da gestão de qualidade da assessoria, sem dúvida – mas será que há essa gestão da qualidade do material enviado às redações? Mais um sintoma do reducionismo? Entendem o que digo?
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