AD 345
25 AutoData | Junho 2018 Caminhão brasileiro com carimbo alemão Embora hoje não seja empresa de capital brasileiro, a Volkswagen Caminhões e Ônibus, parte da MAN, tem origem fundamentalmente tupiniquim. Em 1980 a matriz alemã adquiriu a Chrysler do Brasil, que fabricava os caminhões Dodge, e mudou o nome da empresa adotando a marca VW, até então inédita para caminhões. O primeiro VWCO chegou ao mercado em 1981, produzido na própria antiga unidade da Chrysler em São Bernardo do Campo. Foi nada menos do que um espanto. Em julho de 1990 a produção foi transferida para a unidade Ford do Ipiranga, época da Autolatina. Em 1995 o sonho da casa própria foi finalmente realizado, com inauguração da fábrica de Resende, RJ. A partir dela deu-se início ao processo de internacionalização da divisão – a primeira fábrica fora do País foi construída no México, em Puebla, seguida de uma operação SKD na Nigéria. Ambas são controladas do Brasil, que por anos foi a sede de toda divisão de veículos comerciais da Volkswagen ficou no município fluminense. Mudança começou em 2012, quando a MAN, controlada pelo Grupo VW, adquiriu a VWCO. Agora as duas fazem parte da Volkswagen Truck & Bus, conglomerado que controla também a Scania. de cem países com gravação Made in Brazil estampada. Todas são feitas em Brusque, SC. Segundo o presidente Gil- berto Heinzelmann a busca por clientes externos começou ainda nos anos 70: “Há cerca de cinco anos equilibramos a balança: em média 50% do nosso fatu- ramento vêm das exportações e a outra metade do mercado doméstico”. INDEPENDENTE DO DÓLAR Aqui a empresa fornece para o seg- mento original e de reposição, enquanto o mercado externo é majoritariamente da reposição. O executivo destaca que vender para outros mercados faz parte da estratégia da Zen apesar do valor do dólar. “Fizemos um esforço enorme quando o câmbio caiu abaixo de R$ 2, exportan- do com rentabilidade muito baixa. Mas tínhamos a convicção de que, embora financeiramente pouco interessantes, as exportações naquele período eram estra- tegicamente importantes. Não podemos exportar só pelo câmbio.” Segundo o presidente para o clien- te internacional pouco importa o valor do dólar no mercado brasileiro: “A con- corrência é com os asiáticos. E essa é a comparação que eles fazem.” Heinzelmann diz que um cenário de câmbio estável, independentemente do patamar, é o melhor para o planejamento das empresas: “Hoje recebemos cota- ções para um projeto que está 24 meses à frente, com contrato de três anos. A falta de estabilidade é um pesadelo, porque não há mais espaço para reajuste com os clientes, ainda mais porque o Brasil é pouco expressivo lá fora e os chineses não impõem esse tipo de cláusula.” De toda forma a Zen agora colhe os frutos: ao manter os embarques mesmo com pouco ou nenhum lucro garantiu a manutenção dos clientes para o período de dólar favorável para as exportações, caso do atual. Além disso os embarques garantiram a produção da empresa nos últimos anos, passando ao largo da crise do mercado interno. “Agora vamos surfar na onda da reto- mada do Brasil e aumentar as exporta- ções”, conta o executivo, destacando que recentemente a empresa fechou contrato commontadoras do México para sistema de partida do tipo start-stop. Divulgação/Nike
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=