AD 346
48 Julho 2018 | AutoData ESTRATÉGIA » FCA missão desde que assumiu a Fiat, e de- pois a FCA, era desenvolver um modelo de negócios automotivo forte, saudável e, principalmente, rentável. Mais uma vez, Marchionne usou emseu discurso um grande escritor para traduzir o que construiu. Recorreu a Ernest Hemin- gway: “Não há nada nobre em ser superior a outro homem. Averdadeira nobreza é ser superior ao seu antigo eu”. Para Fiat e Chrysler sobrou só a América “O espaço da Fiat na Europa será redefinido. Vamos atuar em nova posição porque será muito difícil obter rentabilidade. Na América Latina detemos posição histórica com a Fiat. E acreditamos que a Chrysler não tem potencial para ser uma marca global.” Este pouco foi tudo que Sergio Marchionne revelou sobre o que acontecerá com as até então principais duas marcas da FCA, ironicamente as empresas que dão nome ao grupo. O enfoque da reunião em Balocco e o depoimento sintetizado do CEO mostram que chegou a hora de a Fiat encarar dura realidade de que é preciso gerar rentabilidade para sobreviver. E o mesmo vale para a Chrysler, com alguma relevância apenas no mercado estadunidense. Por enquanto é possível verificar que a Fiat continuará forte na América Latina, sobretudo no Brasil e na Argentina, onde concentra suas fábricas e tem na agenda uma extensa lista de lançamentos. Na Europa atuará apenas em alguns nichos mas ainda é muito cedo para conhecer os próximos passos por lá. Presidente da FCA para a América Latina desde março Antonio Filosa é o líder da missão na região. Ele participou da divulgação do planejamento global até 2022, sentado na primeira fileira de executivos durante a apresentação em Balocco, e garantiu que parte dos € 45 bilhões de aporte total serão aplicados em novo ciclo da Fiat por aqui (veja os pormenores no From the Top, na página 12) . A Fiat terá três modelos inéditos feitos na América Latina até 2022. E os três atacarão a faixa dos utilitários: um SUV com terceira fileira de assentos para até sete pessoas, outro SUV compacto, menor do que o Jeep Renegade, e outro modelo inédito, no segmento de entrada de mercado – possivelmente um automóvel com características aventureiras. Nada foi ainda confirmado, mas a expectativa é que sejam produzidos em Betim, MG. Que deverá receber ainda a nova geração da picape Strada, já quase pronta. O planejamento da Fiat dá conta de retomada da liderança em vendas no mercado brasileiro somente em 2020: “O novo portfólio de produtos da marca é fantástico e vai nos levar até lá”. Filosa, entretanto, fala em alçar liderança no Brasil já em 2018, somando nessa conta, convenientemente, as vendas da Jeep: “Até maio alcançamos com as marcas do Grupo FCA 18,8% de participação, uma posição interessante para sermos líderes neste ano e também em 2019”. Antonio Filosa, presidente da FCA para a América Latina, confirmou que todos os al- tos executivos realizaramo trabalho juntos. Marchionne, obviamente, esteve sem- pre no centro das atenções e foi o porta-voz da coletiva de imprensa, que se estendeu por mais de uma hora. Em todos os mo- mentos ele deixou claro que o plano para os próximos cinco anos jamais poderia ter sido criado somente por ele. E que sua
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