AD 346
51 AutoData | Julho 2018 de fazer um enorme contingente de com- ponentes internamente, delegando esta responsabilidade a terceiros, na forma de recebimento de sistemas completos, mas não abriu mão de algumas coisas, como motores, por exemplo, nem tampouco entregou completamente a montagem, ainda que emmuitos casos boa parte dela ocorra sim na forma de trabalhos diretos dos sistemistas dentro da fábrica. Não custa também lembrar que o Brasil é o expoente principal do nascimento dos sistemistas, com a inauguração, em 1996, da fábrica da Volkswagen Caminhões e Ônibus em Resende, RJ, a pioneira a tra- balhar dentro do conceito de consórcio modular. NINGUÉM SABE AO CERTO O conceito de sistemista hoje ficou tão vasto que émuito difícil definir exatamente quais e quantos são. Frédéric Sebbagh, presidente e CEO da Continental, tenta resumir: “Sistemistas são empresas que não fabricam apenas autopeças, e sim, grupos de componentes que operam juntos a fim de cumprir uma função específica dentro do veículo”. Ou seja: toda e qualquer empresa fabricante de autopeças que forneça um... sistema. Mas existem sistemas que se encaixam em outros sistemas maiores, e até estes que se encaixam em outros maiores ain- da. Dentro deste complexo conceito uma mesma empresa pode atuar como siste- mista para montadora, como fornecedora para outra sistemista ou até mesmo como sistemista para outra sistemista – e tudo ao mesmo tempo. Para complicar existem sistemistas que têm seus próprios fornecedores para montar seus sistemas, enquanto outras os fazem produzindo tudo internamente, dependendo da especialidade. Ambas, ao menos tecnicamente, são sistemistas. Calcular exatamente o volume de sis- temistas atuando no País, por isso, é tarefa inglória. Para Carlos Abdalla, gerente de marketing, comunicação e relações insti- tucionais da BoschAmérica Latina, “é difícil falar em números porque há muitos tipos diferentes tipos de fornecedores atuando na indústria automotiva nacional”. A própria Bosch, por sinal, conta com uma vasta cadeia de mais de trezentos fornecedores para produzir seus sistemas automotivos. A Continental, por sua vez, não revela o número de fornecedores, mas o volume de sistemas que fabrica oferece boa ideia de sua grandeza: são sistemas de injeção de combustível, freios, eletrônicos, chassis, infotainment, suspensão e outros mais. Pela mesma razão é difícil também cal- cular índices de venda e de faturamento das empresas sistemistas isoladamente. Mas as estatísticas do Sindipeças trazem, ao menos, uma parcela importante: a as- Autopeças: evolução do faturamento em 2017. De fornecedores para sistemistas Para montadoras Para exportação (US$) Média geral Para reposição + 20% + 33% + 13% + 9% Fonte: Sindipeças
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=