AD 349

12 Outubro 2018 | AutoData Como estão se desenhando as projeções da Anfavea para 2019? É difícil projetar o futuro sem saber quem será o novo presidente. São propostas distintas, que podem causar reações na bolsa, dólar, nível de confiança etc. Vamos esperar as declarações depois das eleições, a constituição dos ministé- rios. Acho que todo mundo vai aguardar umpouco [para sacramentar projeções], inclusive nós, da Anfavea. Aquestão econômica dependerá funda- mentalmente da política, então? Estes dois pontos nunca estão total- mente descolados, mas me parece que o comportamento do consumidor, esse sim, está um pouco descolado, uma espécie de entendimento de que o País tem uma questão política em aberto mas, enquanto isso, vamos tocar a vida, tocar o barco. Queira ou não os indicado- res são bons, a taxa de juros deve conti- nuar baixa, os bancos devemmanter os níveis de crédito, a inadimplência está controlada, os índices do agronegócio estão excelentes, as empresas estão produzindo e vendendo e, então, o risco de perder o emprego é menor. É notável o quanto omercado temcres- cido neste ano... Há algumas razões para isto. Tivemos bons anos em 2012, 2013 e 2014, e estes carros estão mais velhos, quem tem um desses já passou até da hora de troca, está faltando carro seminovo no mer- Por Marcos Rozen cado, então as pessoas estão voltando às lojas, a comprar. E os carros novos têm níveis de conectividade que estes não tem, e este hoje é um desejo do consumidor. A média diária de começo de mês está acima de 10 mil carros e a de fim de mês chegou a bater em 16 mil unidades, algo que não víamos há algum tempo. E as exportações? Infelizmente a Argentina está vivendo uma situação muito complicada, isso abala nossos embarques. Nossa previ- são de exportação para 2018 era de 800 mil unidades, depois já baixamos para 766 mil e agora vemos que se chegar a 700 mil já será motivo para come- moração. A parte da produção que já estava programada para exportação, com as peças compradas, virou para o mercado local, e aí tem que vender, há promoções, ações para desovar, mas mesmo assim o estoque cresceu. Ou- tros países da região melhoraram, sim, mas a Argentina ainda responde por 75% das compras. Então, mesmo que mandemos mais veículos para outros países como Chile, Colômbia etc., isso tem um limite: por mais que se venda para outros mercados não dá para com- pensar tudo que será perdido. Isso motivou a recente revisão das pro- jeções para 2018? Alteramos a projeção de mercado in- terno de 11,7% para uma média próxima FROM THE TOP » ANTONIO MEGALE, ANFAVEA Torcer pela maré e tocar o barco

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