AD 349

48 Outubro 2018 | AutoData PERSPECTIVAS 2019 » MACROECONOMIA a tendência é por manutenção de cenário turbulento. Na análise de Viktor Andrade, sócio líder de fusões e aquisições da EY no Brasil, o crescimento bastante moderado do Brasil em 2018 fez com que a eco- nomia real não reagisse tanto quanto o esperado – no meio do caminho houve greve dos caminhoneiros, copa do mundo e eleições. O placar final deve apontar PIB na faixa de 1%. Para o especialista a geração de su- perávit primário, com austeridade fiscal, daria estabilidade ao mercado e ajudaria o governo a sair de um endividamento que hoje é de 75% a 80% do PIB, voltando a patamar de 50%: “Um sinal de estabilidade das contas públicas traria investimentos e mais tranquilidade ao mercado”. Incertezas e obstáculos também es- tão nas planilhas de Giovanni Cordeiro, gerente de research e economista da Deloitte: “O que temos captado são as oportunidades desperdiçadas para gerar empregos, um grande mercado consu- midor e perspectivas de crescimento a médio e longo prazo, de 3% a 4% ao ano, até 2030”. Para ele há excesso de entraves, re- gulamentações e burocracias no Brasil, o que afugenta investimentos: “Em uma pesquisa constatamos que as empresas têm insegurança com as regulamenta- ções locais”. Mas ainda assim vê que aportes di- retos estrangeiros continuam altos, com perspectivas positivas de empresários e investidores que buscam aquisições e ampliações de fábricas. Para Cordeiro o mercado está preo- cupado com aprovação das reformas: “O candidato que ganhar as eleições terá que apresentar resposta rápida e ser transpa- rente em algumas ações. Conforme isso acontecer algum receio já começará a desaparecer”. Luiz Montenegro, presidente da Anef, associação que representa os bancos das montadoras, acrescenta que a confiança na economia leva a uma maior capaci- dade de crédito. NEM LÁ NEM CÁ “O consumidor não está feliz tampou- co otimista, mas também não está tão receoso como já esteve. Por causa da estabilidade e de certa manutenção de emprego o consumo vem acontecendo, há a demanda reprimida dos últimos anos. As pessoas prorrogaram as compras de itens de maior valor e com esse respiro voltaram às lojas”. Para ele 2018 está se mantendo dentro das expectativas calculadas no fim do ano passado: “Tivemos surpresa no comportamento da moeda, mas com relação à taxa de juros e o nível de liquidez do mercado não houve alteração. O desemprego ainda está alto, mas teve uma leve melhora e isso contribui para o consumo de uma forma geral”. Pelas contas da Anef o crescimento previsto na liberação de recursos para financiamentos de veículos até o fim do ano deve ficar em torno de 15%, com viés de alta. A inadimplência de pessoas físicas está estável, lembra o dirigente da asso- ciação, o que favorece que novos con- sumidores possam obter crédito com menos restrições e com financiamentos em até sessenta meses. No caso da taxa de juros, afirma Mon- tenegro, o prognóstico é mais difícil, “mas a economia diz que dá para baixar”. “Qualquer que seja o candidato a vencer a eleição teremos um 2019 melhor que 2018.” Miguel Jorge, da Barral M Jorge Consultoria Divulgação/ EBC

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