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9 AutoData | Outubro 2018 Por Vicente Alessi, filho Sugestões, críticas, comentários, ofensas e assemelhados para esta coluna podem ser dirigidos para o e-mail vi@autodata.com.br Divulgação/IndyCar E EMERSON, QUEM DIRIA... E o campeão Emerson Fittipaldi, quem diria, foi parar num pântano muito além de Irajá: emitiu opinião política em lugar inapropriado. Ocorreu na noite da quinta-feira, 27, durante o lançamento do Kia Stinger GT, em São Paulo, cujas primeiras vinte unidades fazem parte de série especial em homenagem a ele. Na oportunidade que teve de falar para jornalistas especializados, depois de traçar óbvias loas ao carro abriu espaço para fazer a apologia de candidato à Presidência – exatamente aquele que diz que mulheres são seres de segunda, ou terceira, categoria, que apoia o uso da tortura e torturadores, que não esconde a condição de homofóbico. Grupo de cinco convidados gritou “Torturador não!”, e retirou-se do evento. Não foi seguido por mais ninguém. E EMERSON, QUEM DIRIA... 2 Duas coisas chamam bastante a atenção. A primeira delas é que dirigentes de empresa estrangeira dominada por políticas de compliance – e uma delas sempre é a não intromissão em assuntos internos de outros países – tenham permitido a manifestação, que certamente foi combinada e era de seu conhecimento: ninguém, nem mesmo o antigo campeão, teria a coragem de fazer discurso político sem autorização. O segundo ponto diz respeito a potenciais relações espúrias: estaria, o velho campeão, vendendo sua imagem na bacia das almas numa tentativa desesperada de, mais tarde, comprar facilidades para seus ruinosos negócios na esperança de vitória de candidato com aquelas qualificações, como descreveu o jornalista Lemyr Martins na revista Época Negócios? EMERSON, QUEM DIRIA... 3 Escreveu Lemyr Martins um ano atrás, no seu último parágrafo: “Triste situação para quem driblou a morte várias vezes nas pistas e foi derrotado na selva dos investimentos. Lastimável é que, desta vez, o piloto não poderá socorrer o empresário”. Poizé: quem sabe, no evento Kia, o triste Emerson estivesse vendendo a alma ao diabo – Goethe descreveu como isto termina. HERESIA? Há marcas que ficam entranhadas nos neurônios das pessoas de maneira indelével, como o nome da revista da Scania, Rei da Estrada, adotado desde a instalação da companhia aqui. O publisher da AutoData Editora, Márcio Stéfani, considera que a troca de nome, para um em inglês, voltado para tecnologia, é heresia. Ele acredita que Rei da Estrada, marca registrada dos caminhões Scania, e que os caracteriza aqui, deveria ser preservado.

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