AD 350
10 FROM THE TOP » MIGUEL JORGE, DA BARRAL M JORGE Novembro 2018 | AutoData M iguel Jorge, com toda cer- teza, foi o ministro do De- senvolvimento, Indústria e Comércio Exterior que melhor conhecia a indústria auto- motiva: ocupou o cargo de 2007 a 2011, após passagemde treze anos por Autolatina e Volkswagen. Des- de então é sócio sênior da Barral M Jorge Consultores Associados e hoje também atua como conse- lheiro da Volkswagen Caminhões e Ônibus. Não haveria, portanto, ninguém melhor para apontar o que poderá acontecer no setor automotivo no ano que vem diante das circuns- tâncias colocadas à indústria bra- sileira com a definição da eleição presidencial. Nesta entrevista exclusiva ele ponderou as consequências de provável junção do MDIC com a Fazenda e o Planejamento, a mu- dança de enfoque do Mercosul, o Rota 2030 e mais. Confira os prin- cipais trechos da conversa. Entrevista a Leandro Alves, Marcos Rozen e S Stéfani A depender do processo e do desenho políticas que dependem da Fazenda, a dotação de verba do ministério é muito pequena, praticamente é toda para pes- soal. Se você tem alguém ali que decida algo relativo à indústria e comércio e já obrigue a Fazenda a aplicá-lo há uma vantagem indiscutível, porque hoje é muito difícil discutir qualquer coisa com a Receita. Nas palavras do provável ministro da Economia o MDIC representa “trinchei- ra da primeira guerra, onde quem tem lobby consegue incentivo e quem não tem consegue Refis”. Que impactos este tipo de ponto de vista pode ter sobre o setor automotivo nacional? O senhor acredita que o Rota 2030 corra risco? Uma das principais propostas do novo governo é unir o MDIC à Fazenda e ao Planejamento. Parece uma boa ideia? Há alguma resistência, de alguns seto- res. Em princípio não se pode condenar, dependerá de como será o processo, o desenho. É evidente que não se pode ter um único ministro para as três pas- tas, teria que haver uma espécie de ministro supervisor e vice-ministros, ou secretários-executivos, para cada área. Não haverá mudança estrutural em ter- mos de pessoal, porque não se pode dispensá-los, não haverá economia relevante neste ponto, todo mundo é estável: só se sai por escolha, aposenta- doria ou morte. O que pode ser positivo é que o MDIC essencialmente estuda
Made with FlippingBook
RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=