AD 350
12 FROM THE TOP » MIGUEL JORGE, DA BARRAL M JORGE Novembro 2018 | AutoData aconteceu no caso das desonerações da folha de pagamento, um absurdo do governo passado. A desoneração originalmente foi criada para atender apenas um setor específico, de TI, que trabalhava muito em esquema de PJ, todo mundo era PJ, e boa parte ainda é. Na época a Argentina estabeleceu uma legislação para TI que era muito vantajosa e várias empresas podiam ir para lá, a desoneração foi para segurar esses caras aqui, mas era só esse seg- mento, e de repente entraram ao todo 58 segmentos. O MDIC, na época, foi contra. Essa iniciativa não foi do MDIC, grande parte veio do Congresso. É pre- ciso muito cuidado com isso. O senhor é contra ou favor de incentivos para a indústria automotiva? Quando eu fui ministro recebi três ve- zes o pessoal da Anfavea. Para mim era mais fácil, eu conheço bem a indústria automotiva, eu dizia aos colegas, in- clusive alguns com os quais eu já tinha trabalhado: ‘Rapaz, não diga isso para mim que eu sei que não é bem assim’. Naquela fase não houve nenhum incen- tivo para a indústria automotiva. Depois que eu saí do ministério veio o Inovar- -Auto, que no meu ponto de vista foi um erro, pelos benefícios que foram dados. Nas crises em que o mercado caía pela metade, por exemplo, se es- távamos produzindo quase 2 milhões e de repente isso se reduzia para 800 mil, aí entendo que tudo bem dar al- gum tipo de incentivo. Mas quando há, como acontece hoje, trinta, quarenta indústrias competindo, gente com 2% de mercado, não se pode dar incentivo: se ela não for competente tem que fe- char. Não tem cabimento o Brasil ter o número de indústrias automotivas que têm, não há país que tenha tanta marca quanto aqui, não faz sentido. O sr. diria que a indústria no Brasil se acostumou a pedir proteção e incenti- vos para o governo? Sim, é impressionante. 80% das reuniões “É evidente que não se pode ter um único ministro para as três pastas [MDIC, Fazenda e Planejamento], precisaria haver uma espécie de ministro supervisor e vice-ministros, ou secretários- executivos, para cada área.” Sobre esse negócio do Refis o provável futuro ‘superministro’ falou uma boba- gem, Refis não tem nada a ver com o MDIC: tem a ver é com a Fazenda. O Rota 2030 hoje é um problema do Congresso, não é mais do ministério, e foi por iniciativa do Congresso que entrou a questão da extensão do regime do Nordeste, do Centro-oeste... Dessa forma pode haver um entendimento, uma iniciativa do Congresso, de colo- car no Rota 2030 algum outro tipo de subsídio. Isso acontece. Por exemplo:
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