AD 350

14 FROM THE TOP » MIGUEL JORGE, DA BARRAL M JORGE Novembro 2018 | AutoData que tínhamos com setores da indústria eram para pedir algum tipo de proteção. Nunca foi alguém lá apresentar um pla- no industrial de crescimento, de aber- tura de empregos, de modernização. Por isso a indústria perdeu relevância, foi superada pelo agronegócio e pe- los serviços, já foi 40% do PIB e agora responde por algo como 17%. Eu dizia, e irritava muita gente com isso: ‘Vocês têm que se espelhar no agronegócio, que quando perdeu os incentivos se transformou e hoje é o maior desta área no mundo’. Mas o agronegócio ainda tem muito incentivo. Não quando comparado, por exemplo, ao que existe de incentivo nos Estados Unidos. E o agronegócio passou por um grande processo de modernização, algo que não se viu e não se vê na in- dústria automotiva. Pode-se entender então, da fala do provável futuro ministro da Economia, que acabarão negociações envolvendo incentivos para a indústria automotiva? Entendo que sim, e deveria. Você tem que estimular é o investimento. Como existe uma taxação enorme todos os empresários pagam imposto só via em- presa, pessoa jurídica, e nada na física. Costumo dizer que o único empresário que paga imposto de renda no Brasil “Quando eu fui ministro recebia a Anfavea e para mim era mais fácil, eu dizia aos colegas, inclusive alguns com os quais já tinha trabalhado: ‘Rapaz, não fale isso para mim que eu sei que não é bem assim’.” é o Sílvio Santos. É preciso criar algum tipo de processo em que o empresário seja estimulado a produzir, e isso só vai acontecer quando o protecionismo diminuir. Só a competição faz o em- presário se virar, não é o subsídio, o incentivo. Nós temos esse problema. Há uma frase antiga, mas ainda atual: a empresa pode ir mal mas o empresário sempre vai bem. O Rota 2030 não é positivo por trazer previsibilidade, em particular no que diz respeito à eficiência energética, por exemplo? Eu acho que sim, e acho que essa parte passa no Congresso, mas faltou dizer algumas coisas, indicar antecipadamen- te quais serão os índices de eficiência energética, o que é que será votado

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=