AD 350

15 AutoData | Novembro 2018 longo, é tudo muito lá na frente sendo que as tecnologias já existem. O que o sr. pensa da questão dos incen- tivos para as regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste? Entendo que seja necessário, sim, criar algum incentivo para uma fábrica se instalar, por exemplo, em Goiana, Per- nambuco [caso da FCA], seja de carro ou de biscoito. É uma região com me- nos cultura industrial, menos riqueza, menos infraestrutura, serão necessá- rios investimentos maiores em várias áreas, em treinamento etc. Mas o que precisa existir, e não está existindo, é um prazo para isso. E quando o prazo termina tem que terminar, não pode depois estender. Não está certo isso. Se você não conseguiu ser competitivo dentro daquele planejamento que você apresentou ao governo e que o governo concedeu a você... não pode alongar o prazo indefinidamente. Quantas vezes mais isso será prorrogado? E o Mercosul? Tanto o futuro presidente quanto o provável ministro da Economia criticaram a forma atual de funciona- mento do bloco. Há ameaça às nego- ciações com a União Europeia? Creio que aí há um erro de avaliação. O Mercosul é o Brasil, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai, não tem nada de viés ideológico nisso. A entrada da exatamente. Do contrário é caixa preta. Na minha época como ministro, por exemplo, eu chamei o Inmetro para criar o que se transformou depois no programa de etiquetagem veicular, e ali, naquela ocasião, uma das empresas da Anfavea ficou muito brava comigo. Mas aconteceu, saiu. E o incentivo a pesquisa e desenvolvi- mento previsto no programa, também não pode ser considerado importante? No que diz respeito a P&D tem pouca empresa aplicando recursos nessa área, deste ponto de vista o Rota é bom, mas precisa existir um acompanhamento, não adianta estabelecer um objetivo e depois ninguém se certificar do que realmente foi feito, quanto foi gasto efetivamente naquilo. Há também a questão do trabalho: quando fizemos lá trás um acordo com as empresas [por redução do IPI, para combater os efeitos da crise global], era obrigatório manter o nível de emprego, não podia demitir. No Inovar-Auto não havia compensa- ção dos incentivos commanutenção ou aumento do emprego, e no Rota 2030 também não tem e deveria ter. Fala- -se em modernização da indústria, de automação, mas é preciso requalificar os trabalhadores, tem gente que vai se aposentar e que precisará ser substitu- ída. Sem falar dos itens de segurança: até existe um cronograma mas é muito

RkJQdWJsaXNoZXIy NjI0NzM=