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44 Abril 2019 | AutoData ESTRATÉGIA » EXPORTAÇÕES sil da porta da fábrica para dentro tudo é similar aos outros grandes mercados. Gravataí, por exemplo, é a fábrica onde gastamos menos tempo para produzir um carro do segmento do Onix em todo o mundo. O Cruze regional, em termos de custos produtivos, sai bemmais barato do que o estadunidense”. Assim a encrenca, é claro, está na es- trutura tributária: “Não somos competitivos emvárias áreas, mas o principal problema está nos impostos. Só nas exportações respondem por 15% a 20% do custo”. A CARAVELA T-CROSS Quem faz coro com o presidente da GMAS é o da Volkswagen AL, Pablo Di Si: “Precisamos mudar nosso sistema tribu- tário. Não podemos depender mais só do mercado interno e dos embarques para a América Latina”. Ele igualmente argumenta que “o Brasil faz carros de qualidade. Deste ponto de vista poderíamos tranquilamente expor- tar Polo e Virtus [para além da América Latina], mas hoje é um negócio que não seria sustentável”. De qualquer forma a VW já começou a atuar nesta cruzada: dos cinquenta merca- dos de exportação doT-Cross fabricado no Paraná vinte estão em outros continentes, como Argélia, Egito e Turquia. Mas Di Si afirma que este ainda é negócio pequeno em termos de volume e especialmente de rentabilidade, mas que tem importância “dentro de um contexto macro da opera- ção, para buscar equilíbrio importação- -exportação”. Omesmo caminho será percorrido pe- los novos SUVs que serão produzidos no Brasil e na Argentina, ainda que no país vizinho, relata Di Si, a política tributária para exportar consiga ser ainda mais desesti- mulante do que aqui. Nessa espécie de Caminho das Índias moderno a VW também usa bastante sua produção de componentes: embarca, por exemplo, motores completos e compo- nentes de motor para a Alemanha. Além disso toda a produção de transmissões na Argentina é enviada ao Exterior, incluindo África do Sul, Eslováquia, Espanha e Índia. De lógica semelhante se utiliza a Toyo- ta, revela Celso Simomura, vice-presidente de compras e engenharia: em 2018 saíram de São Bernardo do Campo, SP, comdes- tino à América do Norte, 583 mil virabre- quins para o motor do Camry vendido lá. A empresa está reestruturando sua operação na América Latina para torná- -la mais integrada e autônoma, e com isso prevê “atingir crescimento sustentável, o que possibilitará menos barreiras à expor- tação e nos fortalecerá contra a variação cambial”. Simomura acrescenta que “bus- car mais mercados, novas oportunida- des, como pretendemos fazer, nos força a analisar todas as situações e opções que temos disponíveis”. Mauro Correia, presidente da Caoa Montadora e da SAE Brasil, adota dis- curso semelhante ao de vários colegas: A maior queixa é que hoje, nas exportações de veículos, os impostos representam de 15% a 20% do custo. A volta do Reintegra é apontada como boa parte da solução do problema Divulgação/Porto de Paranaguá

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