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46 Abril 2019 | AutoData ESTRATÉGIA » EXPORTAÇÕES “No Brasil exportamos impostos. Este é um grande entrave que precisa ser so- lucionado rapidamente para trazer mais competitividade. A reforma tributária é extremamente necessária e acho que já deveria estar em andamento”. Besaliel Botelho, presidente da Bos- ch América Latina, repete o mantra de que “do portão para dentro a fábrica é competitiva. Temos que investir não só para produzir localmente mas também para exportar, pois a América Latina re- presenta só 3% do mercado mundial”. Ele reconhece, entretanto, que a missão não é simples, pois considera que “o Brasil já perdeu o bonde do investimento em eletrônica” – mesmo assim entende que muitas empresas do setor já poderiam exportar tecnologia e competir em ou- tros mercados se houvesse uma política específica para este fim. “Nosso principal entrave é a cadeia de impostos.” Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças, lembra que “já chegamos a exportar 28% do total [de veículos] produzido no País e para este ano a projeção é de apenas 19% devido à situação na Argentina”. Neste ponto Di Si, da Volkswagen, revela que em março a empresa reduziu sua projeção de vendas para o mercado vizinho de 700 mil para 620 mil unidades neste 2019, ainda que tenha mantido a expectativa de 770 mil para 2020. UMA SUGESTÃO Como não basta somente criticar mas também sugerir soluções Zarlenga já tem debaixo do braço plano pronto para apre- sentar: um programa tributário específico para exportações, a ser empregado em projetos com ao menos 50% do volume destinado para embarques além-Merco- sul. “Aelevação do Reintegra para 8% ou 9% já seria um bom começo, pois consertaria metade de nossa lacuna de competitivi- dade: no total calculamos que ela esteja em 20%, dos quais 80% estão relacionados a tributos.” Para ele “o governo não abriria mão de receita porque esses investimentos para exportação hoje não vêm para o Brasil e poderiam vir”. Ele conclui seu raciocínio assegurando que “as exportações são uma necessidade para a indústria per- manecer viva e não apenas para crescer. Sem exportações não há previsibilidade de ganhos”. BOARDING PASS, PLEASE Dos cinquenta mercados de exportação do T-Cross paranaense vinte estão em outros continentes, como Argélia, Egito e Turquia. Mas a VW alega que rentabilidade do negócio é muito baixa. Divulgação/VW

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