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53 AutoData | Maio 2019 SIM, SÓ QUE NÃO A Anfavea se declara favorável ao livre comércio com o México, mas ao mesmo tempo alega que temas ligados à competitividade local deixam os veículos que vêm de lá em melhor condição de mercado do que os nacionais números aos argumentos. Para Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, “o governo trabalha na direção do livre comércio a partir de um entendimento de que deve- -se trabalhar commaior fluxo de comércio, aumentando a importação e a exportação. Mas com a questão das novas tecnologias vamos ter que lidar commaior importação pelo menos em um primeiro momento, pelo baixo volume. O Brasil tem uma di- ficuldade de competitividade. Somos a favor do livre comércio mas precisamos ajeitar várias coisas”. Ele cita como exemplo o fato do Brasil ser “o único país domundo que exige auto- rização, carimbo e pagamento de taxa para liberar a importação de simples airbags”. Oficialmente o Ministério da Economia, em nota, afirmou apenas que “o retorno ao Divulgação/FCA livre comércio automotivo Brasil e México é passo importante para aprofundar o re- lacionamento comercial das duas maiores economias da América Latina. A partir de 2020 está previsto o livre comércio tam- bém para veículos pesados – caminhões e ônibus – e suas autopeças, e as nego- ciações bilaterais para esse fim ganharão reforço nos próximos meses”. O comunicado do ministério diz ainda que “adicionalmente o governo brasileiro tem grande interesse em ampliar o livre comércio com o México para outros se- tores, tanto industriais quanto agrícolas, com a inclusão de matérias sanitárias e fitossanitárias e facilitação de comércio e barreiras técnicas ao comércio, conforme compromisso assumido anteriormente nas negociações do Acordo de Complemen- tação Econômica nº 53. Dentro de uma dinâmica de abertura e de aproveitamen- to do pleno potencial das duas maiores economias da América Latina o governo brasileiro pretende retomar as negocia- ções para um acordo mais abrangente de livre comércio com o México, paralisadas desde 2017”. No setor automotivo há quem já tra- balhe diante das novas perspectivas ge- radas com o livre comércio. A Nissan, por exemplo, avalia a importação de mode- los produzidos no México como forma de complementar sua oferta local segundo Marco Silva, seu presidente. “Vemos o livre comércio como oportu- nidade para melhor integrar nossas fábri- cas na América Latina. Importar modelos complementares é algo normal.” ÓscarAlbín, presidente da INA, associa- ção mexicana equivalente ao Sindipeças brasileiro, considera que o acordo pode abrir fronteiras para os fornecedores nacio- nais mais abaixo da cadeia produtiva: “No México há poucos fornecedores Tier 2 e 3”. NA ARGENTINA NÃO Também previsto para começar este ano o livre comércio de veículos da Ar- gentina com o México foi postergado para 19 de março de 2022.

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