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56 Maio 2019 | AutoData EXECUTIVOS » CARREIRA A agonia vivida por Carlos Ghosn, ex-todo poderoso da Aliança Renault-Nissan- -Mitsubishi, parece estar longe do fim. O ex-executivo foi preso novamente no Japão no começo de abril e solto cerca de vinte dias depois sob pagamento de fiança de US$ 4,5 milhões e com a imposição de não deixar o país e tampouco manter contato direto com a esposa, Carole Ghosn – encontros apenas se a Justiça autorizar. Após sua primeira libertação, que interrom- peumais de cemdias de cárcere, Ghosn abriu uma conta no Twitter. Sua primeira postagem foi em 3 de abril: “Estou me aprontando para dizer toda a verdade sobre o que está acon- tecendo. Coletiva de imprensa em 11 de abril”. Umdia depois foi preso novamente, desta vez por acusação de fraude financeira envolvendo operações comerciais da Renault e da Nissan em Omã, no Oriente Médio. No dia 9 daquele mês, enquanto Ghosn ainda estava preso, seus advogados publica- ramnamesma conta do Twitter umvídeo com declarações do ex-CEO da Aliança. Na mensagem, de pouco mais de 7 minu- tos, ele repete que é inocente. Afirma ainda que ama o Japão e a Nissan: “Ninguém passa vinte anos em um país, na liderança de uma empresa, sem amor, sem engajamento, es- pecialmente se neste período se conquista tantos resultados”. Aseguir ele passa a sermais contundente e garante que “isso não tem relação comeventos específicos mas sim com uma conspiração. É uma traição. Isso aconteceu por temores que o avanço no processo de fusão das empresas representaria uma ameaça à autonomia da Nis- san, o que, por sinal, nunca ocorreu nos últimos dezenove anos, quando a Aliança foi criada”. Por Marcos Rozen Aghosnia Preso e solto sob fiança novamente, Carlos Ghosn não pode mais deixar o Japão nem manter contato direto sequer com a esposa E ele justificou que tal temor se baseia no fato de que “esta autonomia precisa ser re- ferenciada em desempenho, ninguém tem autonomia pela própria autonomia, as pessoas a recebem para ter melhor desempenho. E o desempenho da Nissan não é bom”. Ele citou alguns avisos de redução de lu- cratividade e escândalos na empresa: “Não é sobre coisas ruins acontecerem, e sima reação a elas. Ela precisa ser confiável, e não o foi: em muitos casos a empresa disse que os proble- mas estavam resolvidos quando não estavam. Foi neste ponto que tivemos problemas com a atual administração”. Ghosn tambémacrescentou que “estas pes- soas são conhecidas, [pois] não estou falando de todos os funcionários da Nissan mas de alguns executivos movidos por seus próprios interesses e receios. Eles jogam muito sujo”. E finaliza dizendo que espera ter um julga- mento justo e que “emalgummomento poderei responder a todas as dúvidas que vocês têm sobre o caso”. O julgamento ainda não foi marcado, mas independente doveredito é certo que a carreira de Ghosn ficará marcada para sempre como uma das mais insólitas da história da indústria automotiva mundial. Reprodução You Tube

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