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12 FROM THE TOP » PHILIPP SCHIEMER, DA MERCEDES-BENZ Agosto 2019 | AutoData P hilipp Schiemer está no Gru- po Daimler desde 1987: des- tes mais de 30 anos de car- reira na empresa mais de 20 foram no Brasil, sendo os últimos seis como CEO Mercedes-Benz do Brasil & Daimler Latin America, o que lhe confere bastante baga- gem para avaliar os temas locais. Nesta entrevista concedida nos escritórios da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo ele ex- pôs sem rodeios, como é de pra- xe, suas opiniões quanto ao atual cenáriomacroeconômico nacional e de mercado de veículos comer- ciais, reforma da previdência, a ideia do governo federal de esti- mular a produção de caminhões a gás e muito mais. Garantiu, tam- bém, que a fábrica de Juiz de Fora não será fechada. Acompanhe os principais tre- chos desta entrevista. Entrevista a Leandro Alves, Márcio Stéfani e Marcos Rozen Avanço aos trancos e barrancos, mas avanço tencial de crescimentomais forte para os próximos anos. Alguns setores da eco- nomia ainda não estão tão bem: a agri- cultura está, assim como a distribuição de líquidos, mas a construção civil, por exemplo, continua fraca. As perspecti- vas para o segundo semestre, caso não ocorra nenhuma catástrofe, são boas, especialmente se a reforma da previ- dência passar por todas as etapas ainda necessárias, o que levará às próximas discussões como a da reforma tributária. Qual a sua opinião sobre o atualmomen- to da economia no País? As coisas estão começando a acon- tecer. O Brasil, ainda que aos trancos e barrancos, e não na velocidade que gostaríamos, está trilhando o caminho certo. Primeiro é preciso tapar o buraco do déficit fiscal, sem isso não há cresci- mento sustentável. A proposta aprova- da para a reforma da previdência não é ótima, mas é boa. É um primeiro passo e a previsibilidade vai aumentar bas- tante, a inflação e os juros não deverão sofrer grandes alterações e com isso o Como entramos no segundo semestre? No geral o mercado de comerciais, es- pecialmente caminhões, mostra uma evolução e está dentro das nossas ex- pectativas, com um crescimento de 20% a 30%, devendo chegar às 88 mil, 90 mil unidades. O primeiro semestre não foi uniforme, começou forte e durante a discussão da previdência sentimos uma certa frustração mas agora voltou a reagir. Ônibus também está crescendo e deve manter o ritmo até o fim do ano. A saída da Ford dos caminhões trouxe oportunidades para outras fabricantes? Ainda não trouxe, mas trará. A rede Ford ainda tem estoques. O mercado é bem dividido e o segmento que está indo bem mesmo é o de pesados. Este ano começou uma discreta reação nos se- mipesados, mas os leves e médios con- tinuam bastante estagnados. O frotista está comprado porque precisa, porque está buscando rentabilidade, mas quem utiliza o caminhão para transporte pró- prio, no varejo, que é muito importante para nós, ainda não reagiu. Há um po-

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