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47 AutoData | Agosto 2019 Por Bruno de Oliveira PEDALA, ROBINHO Na chamada Leaf House, em avenida chique de São Paulo, um café é prêmio para o cliente que gera a energia suficiente para a máquina pedalando uma bicicleta ergométrica “Ainda não entendemos este merca- do”, reconheceuMarco Silva, presidente da montadora, tão logo subiu ao palco armado na chamada Leaf House, uma casa localiza- da na Avenida Europa – famoso endereço paulistano por concentrar concessionárias de marcas de luxo – para divulgar o ve- ículo e ações da empresa no campo da eletrificação. “Vamos começar com duzentas uni- dades e a expectativa é vendermos pou- co menos do que isso até o final do ano, porque o preço e a estrutura para veículos elétricos no País ainda representamentra- ve ao desenvolvimento de um mercado doméstico de elétricos aqui e também na América do Sul.” O Leaf é vendido a R$ 195 mil, preço maior do que o praticado durante breve período de pré-venda iniciado no Salão do Automóvel em novembro de 2018, R$ 178,4mil. “Premiamos comumpreçomenor quem acreditou primeiro no potencial no veículo”, alegou Silva. Mas os early adopters pagaramo preço – ou melhor, não pagaram – pelo inedi- tismo: na verdade o Leaf está mais caro porque amontadora agora optou por incluir carregador residencial com serviço de ins- talação incluso aos compradores. Das 183 concessionárias Nissan do País apenas sete foramescolhidas paravender o Leaf – duas emSão Paulo e uma no Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Distrito Federal. Divulgação/Nissan PESQUISA Antes do lançamento a fabricante enco- mendou pesquisa demercado acerca dos interesses e anseios dos sul-americanos a respeito dos elétricos. O resultado contrasta falta de informação com o desejo, ainda assim, de se comprar umveículo deste tipo. Segundo o levantamento 40% dos en- trevistados nunca ouviram falar em carros elétricos e desconhecem o seu funciona- mento. No entanto, quando perguntados a respeito da possibilidade de comprar um veículo elétrico, 56% afirmaram que têm esse desejo. Marco Silva considera esses dados como argumento forte o suficiente para que haja cautela com relação aos prognós- ticos de vendas neste primeiro período de venda regular do Leaf no continente. “Em outubro faremos uma espécie de balanço das vendas para, a partir do cenário obser- vado, fazer mais pedidos ou postergar a chegada de novas unidades.” O tomde precaução adotado pelo pre- sidente da companhia é compartilhado por outros executivos do setor quando o assun- to é veículo elétrico no Brasil. De acordo com pesquisa elaborada pela KMPG em parceria com AutoData (veja edição 357) 46,5%dos executivos do setor entrevistados concordamparcialmente ser viável a oferta de veículos elétricos no Brasil apesar dos elevados custos de produção, importação e elevada carga tributária. Apenas 19,14% dos entrevistados concordamplenamente com a viabilidade da oferta. A fatia restante de entrevistados têm opiniões que variam da discordância à indecisão. Os consumidores ouvidos na pesquisa, por outro lado, se mostraram mais otimistas sobre a aquisição deveículos elétricos: 90% comprariamumveículo elé- trico se este fosse oferecido nas mesmas condições comerciais dos atuais modelos a combustão. O Nissan Leaf vendido no Brasil é o da segunda geração e será ofertado em apenas uma versão. O e-powertrain gera, segundo a fabricante, 149 cavalos. Segundo RicardoAbe, gerente sênior de engenharia, a nova bateria foi desenvolvida

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