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14 From the top » Federico Servideo, da Camarbra Setembro 2019 | AutoData Hoje a Argentina depende de uma circunstância mundial bem diferente daquela de trinta anos atrás. Há uma situação fiscal e de dívida complicada, atualmente o único credor é o Fundo Monetário Internacional, FMI, então de- pendemos do mundo como um todo e os mercados estão passando por um cenário complexo, estamos vendo o que está acontecendo. A agenda na Argentina atualmente é muito pobre perto daquela do Brasil, é necessário mexer em temas estruturais porém a capacidade para promover medidas extremas de um governante, seja quem ele for, é muito limitada. Porque a Argentina não pode repetir o exemplo do Brasil nesse ponto? Fica claro que grandes ajustes estru- turais ou são feitos no primeiro ano de governo ou não se faz mais. Nessa parte do mundo é muito difícil ganhar uma eleição quando a economia está em crise e quando pelo menos 30% da po- “É natural que o Brasil fabrique mais carros, da mesma forma que a Argentina produza mais trigo” O senhor entende que ele poderia ser classificado de que forma, ideologica- mente falando? É muito difícil de classificar. O peronis- mo, por exemplo, pode ir da extrema direita, como o que aconteceu na épo- ca do governo Menem, até o extremo populismo de Cristina Kirchner. É um movimento, não é um partido, e os po- líticos se apropriam do peronismo de acordo com as circunstâncias. O que o resultado das prévias indica é que o ajuste fiscal de Macri tem que ser fei- to, tem que continuar, é um problema grave, endêmico, e a população não aceita os custos disso. O processo de ajuste tem que ser adaptado, de uma forma talvez mais gradual, para que a população aceite e assim seja possível resolver os problemas se não em um mas em dois ou três mandatos. O que acontece hoje naArgentina é algo parecido com o que ocorreu na época do governo Menem?

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