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30 Setembro 2019 | AutoData Conjuntura » Economia global de minimizar esse potencial. Porém é mui- to precipitado estimar de quanto poderia ser e, assim, precisamos tomar cuidado para não criar uma crise que não existe”. O Brasil, ele diz, “logicamente seria afetado, mas o País está em uma fase de busca de alternativas e devemos seguir nessa direção”. Paulo Guedes, ministro da Economia, é disparado o mais otimista – talvez até por obrigação do cargo. ÀAgência Brasil disse que “omundo pode desacelerar enquanto nós aceleraremos: de repente, com ener- gia barata e um câmbio um pouco mais alto, você vai reindustrializar autopeças, móveis, sapatos, têxtil. Não devemos te- mer o efeito contágio. O Brasil tem uma dinâmica própria como poucos países: os Estados Unidos, a China, a Índia. Se o dólar quiser ir para mais de R$ 4 pelo vento lá fora, deixa ir. Estamos preparados”. Vizinho barulhento Muito mais do que o cenário global ou a disputa Estados Unidos x China a preocupação local mais gritante é mesmo a Argentina. Para Filosa o parceiro “é muito depen- dente da agricultura e petroquímica, assim um fator externo poderia pesar mais na economia local. E uma Argentina enfra- quecida traz repercussões para o Brasil”. Megale complementa a apontar que mora ali no vizinho “o maior risco para nós. O setor automotivo certamente está sendo afetado pela redução nas exportações e o cenário internacional pode atrapalhar a Argentina em busca de sua recuperação”. Schiemer relata que a Mercedes-Benz tem uma pequena operação de monta- gem de caminhões e ônibus em CKD na Argentina, junto à unidade que produz Sprinter: “Esta atividade ficou parada por seis meses no ano passado. Retomamos há três meses mas já estamos reavaliando. A situação é muito complicada, vamos viver uma turbulência ali pelo menos até a eleiçãomas provavelmente ela continuará por mais algum tempo após”. “É muito precipitado estimar de quanto poderia ser esse potencial [de desaceleração] e, assim, precisamos tomar cuidado para não criar uma crise que não existe.” Antonio Megale, diretor da Volkswagen a forma mais saudável é buscarmos ga- nho de competitividade. As economias de países emergentes são mais expostas a desequilíbrios globais e por isso temos que traçar o caminho do desenvolvimento, investindo em tecnologia e inovação”. Antônio Megale, diretor da VWe vice- -presidente da Anfavea, concorda que “há uma previsão de desaquecimento, mas não de uma recessão mundial. Muita gente está achando que será muito forte, então estão tomando atitudes no sentido Christian Castanho

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