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12 From the top » Luís Pasquotto, Cummins Novembro 2019 | AutoData A tual presidente da Cummins do Brasil e vice-presidente da Cummins Inc., Luís Pas- quotto está na empresa desde 1992. Ali foi gerente de en- genharia e também de marketing e vendas, além de diretor geral da unidade de negócios de mo- tores na América Latina. É gradu- ado em engenharia aeronáutica pelo ITA com MBA em adminis- tração de empresas pela ESPM. A ele coube guiar a empresa nos últimos anos, atravessando o duro período da crise no seg- mento de veículos comerciais e, mais recentemente, administrar o impacto repentino da saída da Ford do negócio de caminhões, para os quais fornecia motores. Não bastasse isto ainda pre- para o terreno para as profundas mudanças que se avizinham para o powertrain de caminhões e ôni- bus, com os elétricos começando a acenar por aqui e o gás tentando despontar como alternativa inter- mediária. Nessa entrevista exclu- siva o executivo conta um pouco de tudo isso. Acompanhe. Entrevista a Leandro Alves, Márcio Stéfani e S Stéfani Mergulho profundo As coisas têm que andar concatenadas. A indústria tem que investir agressiva- mente na melhoria do meio ambiente. Do ponto de vista social não faz sentido lançarmos produtos ultra-limpos se no campo eles se misturam com produtos antigos: o ar que se respira é a mistura de tudo isso. Como foi a travessia do período de crise no mercado brasileiro de comerciais? Todos os mercados caíram, foi tudo junto: automotivo, fora de estrada, ge- rador, marítimo... Como para todas as empresas no Brasil foi um período difícil para nós, e ainda está sendo. Aconteceu tudo muito rápido, em 2014 esperáva- mos um ajuste fiscal independente da eleição da época, mas o que houve foi um desabamento. O Brasil errou o fore- cast, foi lá para baixo. O fundo do poço bateu umas três vezes. Era fundo falso. Procuramos alternativas e a Cummins sempre teve muita firmeza de propó- sito, a alta cúpula sempre deixou claro que não sairíamos daqui. Mas tínhamos que trabalhar em três pontos: manter ou aumentar participação de merca- do, melhorar a eficiência e desenvolver pessoas e talentos. Não é fácil fazer os A Cummins está comemorando 100 anos de sua fundação neste 2019. Há um segredo para esta longevidade? Acredito que a empresa chegou a este marco por seus valores, exercitados para valer, na prática. Sobreviveu tanto tempo porque inova, se moderniza rápido, isso é parte da cultura da Cummins. Perce- bemos que o motor diesel foi a solução preferida dos usuários, mas isso agora está mudando, e de uma maneira que as soluções que atenderão aos clientes e à sociedade a partir de agora serão variadas, não serão únicas. Haverá pres- são de legislações por menor emissão de carbono, dos clientes por menor custo operacional... e enxergamos isso. Engana-se quempensa que a Cummins é uma empresa de motores diesel: não, ela é uma empresa de soluções para powertrain e energia. Essa é nossa estra- tégia. ACummins não inventou o diesel, mas o popularizou, o aperfeiçoou muito. Não vamos abandoná-lo, haverá espaço para todas as tecnologias. Daí vocês apresentarem na Fenatran o Repower, serviço de retirada do motor original de um veículo para colocação de um Cummins novo?

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