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34 Novembro 2019 | AutoData Mercado » Financiamentos Juros Fonte: Banco Central. Ao ano. 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 24,9 23,3 26,2 21,1 21,6 22,8 25,6 26,1 23,0 22,2 19,8 “A perspectiva de recuperação econô- mica traz umânimo de que os clientes terão mais capacidade para quitar os emprésti- mos, mas, ainda assim, o banco precisa ser seletivo.” Para quem consegue preencher os re- quisitos o crédito ficoumais acessível. Nas concessionárias o prazo para pagar um 0 KM voltou a se aproximar dos 43 meses, a exemplo do que acontecia até 2014. E, ainda que esteja longe de acompanhar na mesma proporção os cortes que levaram a taxa básica de juros ao menor patamar da história, os juros médios cobrados nos financiamentos de automóveis para pessoa física tiveram recuo de 6 pontos porcentuais nos últimos três anos. Assim, e como não acontecia há seis anos, a taxa do crédito automotivo voltou a ficar abaixo de 20% ao ano, em média – a depender do perfil e relacionamento do cliente com o banco é possível finan- ciar hoje a compra de um carro com juros mensais inferiores a 1%. “Tirando os subsídios das montado- ras, as taxas de hoje são as melhores da história”, garante André Novaes, diretor da Santander Financiamentos. “Vejo os bancos mais interessados por essemercado. Todos estão combalanços positivos e têmplanos de aumentar as carteiras no segmento.” Como não pretendem tornar os critérios mais flexíveis o desafio será aperfeiçoar modelos de análise de crédito para tra- zer à base pessoas que têm dificuldade de comprovar renda como motoristas de aplicativos, por exemplo. A solução passa por aprimoramento do processamento de colheita de informações, com auxílio da tecnologia. Para Novaes “os bancos sempre traba- lharão para diminuir a inadimplência, mas podembuscar isso semdeixar de aumentar a base de clientes”. Dirigentes de entidades, executivos de bancos e economistas trabalhamemcon- senso de que o crédito avançará mais no ano que vem. Da mesma forma há espaço para maior queda nas taxas: bancos como Caixa já programam para 2020 expansão de 14% da carteira de crédito automotivo. Isso deve ocorrer mesmo com a insis- tência da dificuldade dos bancos em reto- mar veículos emcaso de calote, tema que segue ainda sem perspectiva de solução rápida. A condição paralela, porém, está bastante controlada: de forma inédita, a inadimplência das carteiras de veículos está abaixo de 3,5%. “Os bancos dasmontadoras certamente seguirão novas quedas da Selic”, diz Nor- man, da Anef. “Não há por que represar e certos ajustes também podem ser feitos nas estruturas de custo dos bancos. A ten- dência é que as taxas continuem caindo.” A questão que se coloca é qual será a intensidade dos dois movimentos: cresci- mento dos empréstimos e diminuição dos juros. A resposta dependerá da capacidade da economia de gerar emprego e renda, à medida que quantomais esses indicadores subirem maior será o contingente apto a contrair empréstimos.

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