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8 Lentes Novembro 2019 | AutoData Com a colaboração de Bruno de Oliveira e de Leandro Alves Por Vicente Alessi, filho Sugestões, críticas, comentários, ofensas e assemelhados para esta coluna podem ser dirigidos para o e-mail vi@autodata.com.br Saída à esquerda O mercado de veículos do Paraguai tem sido motivo recorrente para rodas de conversas de executivos da indústria automotiva. Estima- se, por exemplo, que aquele país represente um mercado potencial de 70 mil veículos/ano, o que poderia ajudar a incrementar o atual nível das exportações de automóveis produzidos aqui. Essas exportações de automóveis nacionais poderiam, segundo executivo de uma montadora ouvida por AutoData , ser uma alternativa ao que anda acontecendo no mercado vizinho: consumidores estariam importando veículos com origem na Ásia configurados para mão inglesa, mais baratos, que obrigam à busca de oficinas habilitadas para que seja realizada a conversão. Invasão na Arena Não foi emWaterloo, exatamente, mas durante o Arena ANTP – congresso de mobilidade urbana realizado no fim de setembro em São Paulo, no qual executivos da indústria versavam versos e loas sobre o combustível HVO e seus milagres em motores de caminhões – que aconteceu a sorrateira invasão. Vozes se calaram, rostos se entreolharam, apreensivos, suspiros delataram falta de ar quando, pelo flanco esquerdo do palco, apareceu Napoleão, imponente, altivo mercê de sua proporção atarracada. O invasor, beligerante potencial, no caso, era um cachorro da raça pug que trazia em sua coleira um crachá no qual estava grafado o seu nome – seria uma homenagem ao general corso? Anfiteatro reconhecido, tão logo recuou, por fim, a palestra seguiu. Loucos da Anfavea Era uma daquelas tardes de tempo ameno e calmaria na recepção da sede da Anfavea, com entrada pela avenida Indianópolis, em São Paulo, quando entrou um homem sobraçando a uma caixa de papelão. Havia ali dentro, disse, partes e componentes de automóveis, e ele queria, a qualquer custo, falar com alguém da Fiat. Não se sabe ao certo qual era a encrenca, mas o personagem que interrompia a tranquilidade que pairava queria, porque queria, falar com alguém da Fiat e, a este, simplesmente devolver as peças. Loucos da Anfavea 2 Foi informado que ali, naquele endereço, não funcionava a Fiat e sim entidade que a representava mas que, infortunadamente, não recebia nem correspondência nem malotes dirigidos à empresa. E aconselharam-no a entrar em contato com a montadora por vias ordinárias, os Correios por exemplo, utilizando o endereço de sua sede. Diante da impossibilidade de resolver o seu problema o homem simplesmente largou a caixa no chão e partiu. Para nunca mais ser visto. Na terra de Lalo Schifrin Executivos argentinos em ação no Brasil fizeram ar de mofa para a vitória da dupla Fernández-Kirschner. Claro: executivos de empresas transnacionais apreciam muito mais o troar do neoliberalismo econômico e tornam-se tristemente lacônicos, burocraticamente protocolares, com o populismo em alta. Agora, com pouca ênfase, propõem uma certa “agenda econômica positiva”. É razoável, pois o momento pede um pouco de paciência com relação ao que acontecerá. A maior expectativa é sobre novo plano econômico que centre seus obuses no fim do desemprego visando exatamente à criação de empregos... e aí os executivos argentinos até sorriem um pouco.

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