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43 AutoData | Fevereiro 2020 mas teve suas expectativas frustradas es- pecialmente por causa da Nissan, com quem a empresa mantém uma cada vez mais conturbada aliança. No m de outubro, já com a fusão com a Renault descartada, o cializou-se a in - tenção de FCA e PSA se unirem – Carlos Tavares, CEO do grupo francês, também nunca negou buscar parceiros para a com- panhia, que comprara a Opel/Vauxhall da General Motors em 2017. Em 18 de dezem- bro de 2019 a fusão, ou o que se chama o cialmente de “processo de fusão”, foi con rmada. Estima-se a conclusão e o efetivo nascimento do conglomerado em doze a quinze meses. “Há diversos fatores impulsionando a indústria automotiva em direção a uma maior colaboração e concentração”, diz David Leggett, em uma análise da Global- Companhia detém as marcas Fiat, Chrysler, Jeep, Dodge, RAM, Alfa Romeo, Maserati, Lancia, Peugeot, Citroën, DS, Opel e Vauxhall as de tecnologia, produto e plataforma, 40% de compras, com maior benefício na escala alcançada, e 20% de Marketing, Tecnologia de Informação, despesas ge- rais e administrativas. A FCA-PSA calcula que mais de dois terços dos veículos produzidos para todas as marcas do novo grupo estarão concen- trados emduas plataformas, uma pequena e uma compactamédia. Juntas, serão base de cerca de 3 milhões de automóveis ao ano. São mais de dez marcas sob o guarda- -chuva da nova companhia – Fiat, Chrys- ler, Jeep, Dodge, RAM, Alfa Romeo, Abarth, Maserati, Lancia, Peugeot, Citroën, DS, Opel e Vauxhall, além da Mopar, da rede Euro Repar e outros negócios além da fabricação e venda de automóveis –, que em 2018, combinando os dois resultados nanceiros, faturou € 170 bilhões e comer - cializou 8,7 milhões de veículos. Na América do Sul são cinco fábricas: Fiat em Betim e Córdoba, na Argentina, Jeep emGoiana, PE e motores emCampo Largo, PR, e as do Grupo PSA em Porto Real, RJ, e El Palomar, na Argentina. No Brasil é líder absoluta em vendas, com 524,8 mil automóveis e comerciais leves comercializados no ano passado – 469,7 mil FCA e 28,1 mil PSA. É mais de 20% do volume licenciado no País em 2019. Na Ar- gentina foram 98,6 mil veículos comercia- lizados, todas as marcas somadas, 21,6% do mercado. É possível que aAmérica Latina, merca- do pequeno dentro do universo PSA-FCA – 46% da receita vem da Europa e 43% da América do Norte – seja bene ciada por uma das plataformas citadas. A função de Mike Manley, sucessor do ítalo-canadense, faz parte da lista das perguntas ainda sem resposta. Carlos Tavares, CEO da PSA, foi esco- lhido para car à frente dos negócios da nova empresa, que terá sede na Holanda, com John Elkann, da FCA e herdeiro da família Agnelli, como presidente. Manley foi eleito, no mdo ano passado, presiden - te da Acea, a associação das montadoras europeias. Data, consultoria que trabalha, também, com o setor automotivo. “Grandes investi - mentos em tecnologias como eletri cação e autônomos podem ser compartilhados, além das economias de escala e custos reduzidos diante de um crescimento mais lento da demanda, ou até contração, dos principais mercados automotivos globais, como China e Estados Unidos.” Ainda sem nome o cial, a FCA-PSA terá que conceder respostas para muitas perguntas que restaram no ar, apesar de alguns pontos já esclarecidos. De início as duas empresas preocuparam-se em assegurar que não fecharão fábricas – ao menos na primeira fase da operação que, calculam, gerará € 3,7 bilhões em sinergia quando em pleno funcionamento. Essas sinergias virão das 40% das áre-

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