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12 From the top » Leandro Lara, Reed Exhibitions Março 2020 | AutoData E m 18 de fevereiro de 2020 a reportagem de Auto- Data recebeu na sede da editora, em São Paulo, Le- andro Lara, diretor de feiras au- tomotivas da Reed Exhibitions Alcântara Machado, para esta entrevista à seção From the Top . Naquele momento mais de uma dezena de marcas já avisa- ra que não participaria da mostra: procuramos, então, ouvir o outro lado da história, o da organização do evento. Dezessete dias depois desta entrevista a Anfavea anunciou que a edição de 2020 do salão estava adiada para 2021. A decisão contradiz declara- ções dadas por Leandro Lara du- rante esta entrevista, como, por exemplo, de que não existia a hi- pótese do evento não ser realizado. Em respeito ao leitor de Auto- Data decidimos publicar a entre- vista na íntegra apesar do anúncio do adiamento da mostra, de forma a possibilitar, assim, a avaliação de cada um a respeito das decla- rações proferidas e da retidão da empresa organizadora do Salão do Automóvel de São Paulo. Boa leitura. Entrevista a Leandro Alves e Marcos Rozen Um salão sub judice marcas tambémsaíram: naquela ocasião estavam praticamente todas. A razão é que cada empresa tinha sua situação demercado, algumas instalaram fábrica aqui, fizeram altos investimentos, havia realidades e disponibilidades próprias. As empresas que participaram do salão em2018 comemorarambons resultados, mas agora há um contexto global mais presente: todas as fabricantes estão in- vestindo em mudanças tecnológicas e isso afeta as decisões. É compreensível. É possível fazer umbomsalão comade- são baixa de montadoras? Tivemos a Fenatran de 2015 na qual só Volvo e DAF participaram. E fizemos a Fenatran do mesmo jeito, porque en- tendemos que amostra seria importante nos anos seguintes, e isso aconteceu: em 2017 se recuperou e em 2019 teve presença de todas asmontadoras. Acon- teceu também no Salão Duas Rodas de 2019, quando saíram marcas de peso como BMW, Ducati e Harley-Davidson. AAutomec é outro exemplo, chegamos a separar em duas edições, leves e pe- sados, e depois voltamos a unificar. São Quais as razões para tantas empresas desistirem do Salão do Automóvel? Vivemos umperíodo disruptivo. Há uma percepção vinda de salões que aconte- cem fora do Brasil, mas as comparações não são justas. Frankfurt, por exemplo: na última edição perdeu expressão, mas já vinha emummovimento de queda, caiu de 1 milhão de visitantes para 500 mil. Isso não se aplica ao Salão de São Paulo: tivemos 715 mil visitantes na penúltima edição e 740mil na última. Detroit é outro caso, lá a cidade deixou de ter a pujança automotiva de antes, o salão estava em uma data ruim e não se atualizou mini- mamente. Quando comparamos com a CES vale a provocação tecnológica, mas é uma feira de tecnologia, na edição 2020 havia apenas dezesseis carros. São questões particulares locais, então? Algumas marcas que já tinham saído de Detroit e de Frankfurt ficaram no evento de São Paulo, estávamos na contramão. É preciso analisar o atual contexto da indús- tria. Mesmo na edição passada algumas marcas de maior preço e menor volume já não participaram. E não porque outras

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