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12 FROM THE TOP » VILMAR FISTAROL, CNH INDUSTRIAL Julho 2020 | AutoData menos voos e neste cenário o espaço é limitado. Isso não leva a um aumento de custo, abrindo maiores oportunidades à loca- lização de componentes? Localizar componentes não é rápido. Não é como copiar o que tem na prate- leira e pronto, começa a produção ama- nhã. Há um prazo de desenvolvimento, um investimento inicial... é coisa para um, dois anos no mínimo. Um ano seria muito rápido. Quando falamos de impor- tação é sobre tecnologia embarcada, e infelizmente o Brasil não está preparado para localizar esse tipo de tecnologia. Temos que trazer o fornecedor, e ele tem que estar preparado. Pode ser que quando você estiver pronto para isso o câmbio dê um refresco, o que deses- timula a iniciativa e volta-se à estaca zero. É difícil ter equilíbrio, é preciso dar tempo ao tempo. Temos uma equipe dedicada apenas a pensar em custos e oportunidades, inclusive localização, avaliamos isso o tempo inteiro. Mas, de toda forma, é certo que no geral a corrida por nacionalização será maior do que temos visto nos últimos anos. E o que indica o segmento demáquinas de construção? A construção está relativamente bem, mas às custas de preços desastrosos, o que é piorado pela valorização cam- bial. Isso é insustentável. É complicado falar de preços nesse momento, mas os investimentos têm que ser pagos, não há o que fazer. A indústria da construção vive uma boa expectativa com o novo marco do saneamento, e o que daria um grande empurrão seriam as obras de infraestrutura. É importante lembrar que a atividade agrícola também puxa o segmento de construção, além dos caminhões, para distribuição. O senhor cou satisfeito com o novo Plano Safra? Em geral os programas o ciais de - nanciamento não oferecem o valor su- “Trabalhamos com vários cenários possíveis e erramos em quase todos. Ainda bem, porque estávamos assustados, fomos conservadores, pessimistas.” E no caso dos caminhões? A queda no PIB tem impacto sobre os veículos comerciais. Alguns bancos passaram agora a falar em PIB 4,5% negativo este ano, e, sinceramente, se car nesse nível será bastante positivo levando em conta que se chegou a fa- lar em menos 10, menos 12, ou até pior para alguns segmentos particularmente. Ainda acredito mais em algo de menos 5 a menos 6, o que também ainda se- ria positivo olhando para a frente, mas dependerá de como as coisas andarão daqui adiante, especialmente no últi- mo trimestre e no ano que vem. Esse é o fator mais importante: a velocidade com que as coisas andarão. Acredito que será positivo, mas dependerá de uma série de fatores como a cadeia de fornecedores, não só no Brasil como no resto do mundo. A cadeia não está conseguindo acom- panhar a retomada nomesmo ritmo das fabricantes de veículos? Já vivemos algumas consequências, diretas e indiretas, pois uma parte da tecnologia dos nossos produtos é im- portada. Há di culdades na retomada da produção mas a principal, e seriíssima, é de logística e distribuição. Está mui- to complicado. Hoje não falamos mais se vamos usar, ou não, frete aéreo: a questão é se vamos conseguir encaixar a carga no frete aéreo. Não há voos dis- poníveis. As companhias estão usando voos de passageiros para completar a falta de viajantes com carga, mas há

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