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12 FROM THE TOP » JAMES BELLINI, MARCOPOLO Setembro 2020 | AutoData -um-por-um. Começaram com dois kits para testar e fizeram a linha inaugural na semana passada. Dois dias depois a aceitação pelos passageiros foi tão grande que já estamos negociando mais dez unidades. Isso está permi- tindo a eles retomar gradativamente o negócio. Acreditamos que será uma tendência de setembro em diante. Es- tamos muito otimistas. Muda a relação comos clientes, então? Não émais só uma questão de fornecer um veículo e pronto? Exatamente. A conclusão do comitê pós-crise foi a de que a confiança do usuário estava muito afetada, omedo de contrair o vírus andando de ônibus era muito grande. Cerca de 85% da frota dos nossos clientes do segmento rodoviário, que é o nosso maior negócio, estavam paradas. Então o desafio era ajudá-los a colocar de volta essa frota na rua via retomada da confiança do usuário. Quais são as atuais projeções da Mar- copolo para este ano? Nossa expectativa atual, falando so- mente de Marcopolo, é chegar de 70% a 75% do previsto inicialmente, o que não é tão ruim diante do cenário. O que dificulta para nós é que mudou muito o mix, nossa força sempre foi no rodovi- ário, o segmento mais impactado, mas tivemos um grande fator favorável que foi o Caminho da Escola: das 6,2 mil unidades licitadas ganhamos 4,8 mil. E também a exportação, suportada pelo dólar na faixa de 5, 5 e pouco, nos per- mitiu manter um nível de faturamento bem razoável diante da magnitude da crise. Talvez esse fosse o melhor ano da Marcopolo, era a nossa expectativa, mas devemos fechar o ano no azul, o que será uma grande vitória. Azul em faturamento? E em volume? Sim, em resultado. Em termos de volume vamos ficar em torno de 30% abaixo. “O maior aprendizado dessa crise foi uma nova forma de pensar, de gerir a empresa. Os desafios eram enormes e o tempo muito curto.” governamentais como redução de jor- nada e, na volta das férias coletivas, dividimos a produção em dois turnos, com metade do pessoal em cada. Isso prossegue até o momento, inclusive. O BioSafe permite abrir outras janelas de negócios afora os ônibus? Sim. E isso só foi possível porque no ano passado criamos a Marcopolo Next, que nasceu como o braço de inovação da companhia. Essa iniciativa foi fundamen- tal para o surgimento do BioSafe pois permitiu estruturarmos rapidamente uma divisão de biossegurança, algo to- talmente novo aqui dentro, que fugiu dos padrões da indústria. Nunca imaginamos que teríamos que nos preocupar com biossegurança. Fomos buscar parcerias, trouxemos infectologistas, laboratórios de universidades... E conseguimos lançar a plataforma já em junho, algo muito rápido, em tempo recorde, menos de sessenta dias. O mercado já assimilou bem esse novo produto? Está gerando receita? Temos um resultado até surpreendente para o momento. De tudo que produzi- mos de junho até agora 34%, ou cerca de quatrocentos ônibus, já têm Bio- Safe, inclusive para exportação, como no caso de Angola, Argentina, Chile e Peru. Aqui no Rio Grande do Sul temos o exemplo da Ouro e Prata, que foram os primeiros a apostar na configuração de três fileiras de assentos com dois corredores, que chamamos de um-por-

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