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6 LENTES Setembro 2020 | AutoData Com a colaboração de Marcos Rozen Por Vicente Alessi, filho Sugestões, críticas, comentários, ofensas e assemelhados para esta coluna podem ser dirigidos para o e-mail vi@autodata.com.br CENSURA À SEXAGENÁRIA 4 RODAS Censura à imprensa sempre foi passo perigoso, habitualmente dado por governos inconformados com alguma coisa. Já vivemos isso no dia a dia de uma Redação. Um primeiro passo, por exemplo, é empastelar redações e vigiá-las com esbirros armados. Outro é instaurar a censura prévia. Ou ameaçar jornalistas com porradas na boca, ou chamá-los de bundões. Como se vê há variações. Mas quando a censura parte de uma decisão da Justiça o direito constitucional à livre expressão vai direto para o lixo – como aconteceu em meados do mês passado com a revista Quatro Rodas, que completou seus primeiros 60 anos no mesmo agosto. Juíza de primeira instância de Curitiba, PR, concedeu liminar que suspende a veiculação de reportagem sua até o fim do processo. A reportagem tem o título de Militec 1 Pode Ser Corrosivo para o Motor e não Tinha Registro da ANP. CENSURA À SEXAGENÁRIA 4 RODAS 2 Bem tudo conta o título. Como consta no site da revista Auto&Técnica, de São Paulo, dirigida pelo jornalista Ricardo Caruso, a reportagem “traz a público, com embasamento técnico e testes, a verdade sobre o tal condicionador de metais”, o produto de nome Militec 1. Quatro Rodas publicou laudo de relatório de testes realizado pela ANP, a Agência Nacional do Petróleo, com produto que, lembra o texto, “foi testado nos Estados Unidos pela Marinha e reprovado por conter cloro, componente químico que gera cloreto ácido, que pode oxidar rolamentos e outros componentes do motor”. Auto&Técnica não abre mão da “defesa da liberdade de expressão, do livre jornalismo e, principalmente, dos direitos do consumidor” e corretamente “repudia a censura imposta à reportagem de Quatro Rodas”. CENSURA À SEXAGENÁRIA 4 RODAS 3 Do laudo emitido pela ANP, que desaprova o uso do Militec 1, consta: “A composição está em desacordo com a declarada pelo produtor. Destaca-se, ainda, que a presença de cloro pode levar à formação de cloretos ácidos, mesmo a baixas temperaturas, 120o, que podem ocasionar a elevação do índice de acidez do produto, acarretando problemas corrosão dos motores, diminuindo sua vida útil”. O que diz o fabricante, segundo Auto&Técnica?: que não é um aditivo e, sim, um condicionador de partes metálicas. Ou uma espécie de “prolongador da vida do motor”, como sugere o texto do editor do site AutoPapo, de Belo Horizonte, MG, Bóris Feldman, que tem o título Militec: Testado e Reprovado nos EUA e no Brasil. Diz que o laudo conta que a empresa produtora omite a presença do cloro na composição química registrada no rótulo e que “sua subsidiária brasileira foi multada pela agência governamental, que faz, também, a mesma objeção da Marinha dos Estados Unidos ao produto”. E conclui: “Só recorre à violência da censura quem não tem argumento embasado cientificamente para se defender. Pois o laudo que tinha a favor de seu produto foi derrubado pelos testes da ANP”. Em nota a direção da revista Autoesporte esclarece: “É preciso deixar a rivalidade de lado quando vestígios de censura (...) voltam a aparecer para atacar a imprensa livre”. CENSURA À SEXAGENÁRIA 4 RODAS 4 Temos, os consumidores e os cidadãos, todo o direito de saber o que é que a produtora do tal Militec 1 não quer que saibamos. MARCO ANTÔNIO LAGE Quando deixou sua amada Fiat Marco Antônio Lage foi emprestar seu brilho profissional ao seu amado Cruzeiro. Depois passou pela Cemig. Agora é pré- candidato à Prefeitura de sua amada Itabira pelo Partido Socialista Brasileiro. Se tivesse domícilio eleitoral por lá meu voto seria seu.

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