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12 Outubro 2020 | AutoData Entrevista a Marcos Rozen É um novo País Há a possibilidade de retorno aos volu- mes de 2019 em 2021? Para isso precisaríamos, arredondando, de quase 900 mil, 1 milhão de unidades a mais contando mercado interno e ex- portações. A análise histórica mostra que quando há uma queda dessa magnitude o retorno vem, mas de forma gradativa. O setor automotivo não está fora do con- texto do País, o PIB deve cair ao redor de 5% esse ano e crescer de 2% a 3% em 2021, com uma base menor. Nesse cenário teremos crescimento, tomara que seja em uma proporção maior que o PIB, mas é pouco provável que alcan- cemos os números de 2019. O consumo depende de renda, e temos um número grande de desempregados. Quando seria isso? AAnfavea, em julho, falava em até 2025... Antes falávamos emum 2020 emqueda de 40%, agora trabalhamos com 31%. Pode ser um pouco mais, um pouco menos, mas ficará ao redor disso. É um índice menor do que esperávamos mas ainda assim é de grande magnitude. Estamos falando de uma produção de menos de 2 milhões de veículos para um planejamento inicial de 3 milhões. Ainda temos muitas dúvidas, é difícil ca- rimbar três anos, quatro anos... mas será uma recuperação longa. A série histórica mostra isso. Tomara que tenhamos uma recuperação mais rápida, dependemos disso. Essa série histórica mostra um avanço médio de 11% ao ano após a última crise. É um índice bompara trabalhar em2021? Apostamos que voltaremos a crescer como na última crise, neste ritmo, dife- rente das outras crises, quando o ritmo foi de 5%, 6% ao ano. É uma hipótese razoável. Não seria umavançomuito tímido consi- derando que tivemos umtrimestremuito fraco nesse ano? Ocorre que ainda tínhamos muita gente empregada que não temos mais, negó- cios que estavam abertos e fecharam. Não dá para comparar aquele número com a situação atual, temos um novo País, infelizmente um País mais pobre. Vamos recuperar, mas hoje não consigo visualizar uma recuperação mais forte. A revisão dos números de exportações para esse ano foi mais robusta, de queda de 53%para 34%, mesmo coma situação difícil daArgentina. Aque se deveu essa reavaliação? Podemos esperar um2021 melhor no mercado externo? Algumas empresas conseguiram recu- perar algumas entregas que ficaram pa - ralisadas durante o período mais crítico da pandemia, de contratos anteriores. Foi isso que ajudou o índice. A Argen- tina continua sendo um problema pela reserva cambial limitada, eles definiram um limite até o fim do ano de 96 mil unidades. E é o nosso maior mercado de exportação. O câmbio não pode ajudar? Nosso produto está mais competitivo não pela eliminação dos custos mas sim por uma cobertura das ineficiências pelo câmbio maior. Mas não estamos conse- FROM THE TOP » LUIZ CARLOS MORAES, ANFAVEA

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