371-2020-10

16 Outubro 2020 | AutoData Entrevista a Marcos Rozen Conservador com viés otimista O Sindipeças projeta hoje, para veícu- los, um 2020 com queda de 31,6% na produção, 28,2% no mercado interno e 37,6% nas exportações. E para 2021 um crescimento, respectivamente, de 17,8%, 11,9% e 15%. O senhor diria que estas es- timativas são otimistas ou pessimistas? A realidade após o retorno foi melhor do que as expectativas, então não seria de se estranhar se ainda houver uma revisão desses índices para melhor até dezembro. Temos avaliado mês a mês mas claro que não temos mais como recuperar em uma contagem anual o tamanho do buraco que ficou em abril e maio. Mais importante, para mim, é o ritmo mensal com que vamos chegar ao fimdo ano, que pode sinalizar se a nossa visão para 2021 está excessivamente conservadora ou não. É a visão atual mas há um viés positivo. Se esse cenário for mesmo melhor os fornecedores têm saúde financeira e produtiva para acompanhar em 2021 um possível retorno a 2019? Acho que sim, seria ótimo inclusive, abreviaríamos a crise. Seria o melhor cenário para a indústria. Não tenhomuita preocupação com o sistema como um todo, sempre há um ou outro fornece- dor que pode ter problema, mas é algo normal. Esse ano inclusive observamos um aumento no número de empresas associadas ao Sindipeças, nossa base está crescendo, até porque há novas tecnologias e novas empresas. O que está preocupando a cadeia neste mo- mento são as matérias-primas: há um tempo para recuperação da oferta, pois a cadeia é muito longa e leva alguns meses para se ajustar. Será um trabalho importante para os próximos seis meses. Recebemos relatos de quemontadoras suspenderam pagamentos aos forne- cedores durante a fase mais aguda da pandemia emnome de preservar o pró- prio caixa. Isso está ajustado? Na minha visão a cadeia de pagamentos foi mantida. Houve pedidos de prorro- gação, ajustes de prazo etc. mas em uma monta de dias que não trouxe risco relevante. FROM THE TOP » DAN IOSCHPE, SINDIPEÇAS