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33 AutoData | Outubro 2020 de queda muito importante neste ano. De qualquer forma entendo que os últimos números mostram que tanto as vendas como a produção estão se recu- perando em um ritmo bastante expres- sivo, e que poderemos fechar este ano com números bem superiores àqueles que esperávamos e temíamos no início da pandemia. Quero oficializar que sou um cara oti - mista por natureza e que gosto sempre de tentar olhar o lado cheio do copo, in- dependente do problema que estou en- frentando. Por isto, costumo dizer que sou uma espécie de sócio remido-fundador do que gosto de chamar de Clube de Loucos, que acredita que vamos chegar muito perto de cerca de 2 milhões de veículos produzidos e vendidos no Brasil até dezembro deste ano, que teremos um 2021 de pelo menos 2,5 milhões unidades e que voltaremos ao ritmo de 2019 já em meados de 2022. Acredito que, assim como já vimos várias vezes no passado, desta vez nós também vamos conseguir sair desta crise e vamos, inclusive, ter várias boas oportunidades de desenvolvimento no futuro não só para o setor automotivo mas para a indústria brasileira como um todo. Só precisamos ter calma e atenção para observarmos bem os fatos. A pri- meira oportunidade que teremos, no meu ponto de vista, é um movimento bastante interessante em busca de maior regionalização. A globalização como a conhecemos nos últimos anos nunca mais será mais a mesma. Isto porque uma das coisas que ficou patente diante do coronavírus é que não poderemos ficar dependentes de uma única base produtiva no mundo. Este movimento resultará em uma fatal corrida por nacionalização nos próximos dois anos. Além disso as empresas estarão mais atentas para atender às necessidades re- gionais dos seus consumidores. Ou seja, teremos um recuo importante também na cultura de que todos os desenvol- vimentos são sempre globais e que os produtos são obrigatoriamente os mes- mos em todo o planeta. E, por último, o mercado brasileiro é muito importante e nenhuma empresa vai desistir de vender seus produtos por aqui. Estudo feito recentemente pelo Sin- dipeças mostrou que o Brasil tem hoje índice de 6,5 habitantes por veículo. Ou seja: temos ainda muito espaço ainda para vender carros. Isto é inegável e as montadoras vão querer continuar apro- veitando isto! Sei que é muito difícil, mas não pode- mos ver o futuro com pessimismo. Pensar desta forma é suicídio! O mundo não vai acabar por causa do coronavírus. Precisamos arregaçar as mangas, tra- balhar muito e obedecer regras até que relativamente simples: Precisamos continuar acreditando no potencial do Brasil e no nosso próprio potencial como empresários e empre- endedores; Precisamos incentivar o espírito de colaboração e inovação nos nossos co- laboradores; Precisamos ter coragem para con- tinuar investindo em modernização e produtividade; e Precisamos também continuar inves- tindo pesado em desenvolvimento de novas tecnologias. É obvio que se o governo federal der um empurrãozinho fazendo direito a tal da reforma tributária que já está prometendo há um bom tempo ajudará bastante. Mas realmente acho que nem vamos precisar disto. O brasileiro é um povo guerreiro. E como guerreiros que somos, tenho certeza que vamos vencer mais esta batalha.

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