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90 Outubro 2020 | AutoData N o começo de outubro aAnfavea revi- sou suas projeções para o segmento de veículos comerciais no Brasil para 2020, e os novos números, nas pala- vras do vice-presidente Marco Saltini, são ruins mas “menos ruins” do que se calculou em julho, sob o impacto do período mais agudo da pandemia. Agora a expectativa é de uma que- da de mercado interno de 21%, para 97 mil unidades. Até então o índice de baixa estimado era de 39%, para 75 mil. 2019 fechou com 122 mil unidades licenciadas e a expectativa inicial, pré-pandemia, era de 143 mil, alta de 17%. Subdividindo as novas projeções para os caminhões se espera 83,5 mil unida- des vendidas, redução de 18% ante o total do ano passado, e nos chassis de ônibus baixa bemmais pronunciada, de 33%, para 13,5 mil. No acumulado até setembro as vendas de caminhões apontam62,8 mil unidades, em redução de 15,4%. Se o mercado con- tinuar a registrar de 7 mil a 8 mil unidades vendidas ao mês, o que Saltini entende como o novo patamar, a nova projeção será ultrapassada até com certa facilidade, para além de 84 mil. Nos ônibus o acumulado do ano re- gistra 10 mil emplacamentos, 34% aquém do mesmo período de 2019, 15,2 mil. Dos 1,2 mil de setembro boa parte deveu-se ao programa federal Caminho da Escola, segundo Saltini, pois “os urbanos e rodo- viários seguem muito retraídos e repre- sentam o ponto mais crítico, hoje, do setor automotivo nacional. O segmento requer Por Marcos Rozen De carona no agro Fabricantes de caminhões estão ligeiramente otimistas com o ano que vem, ainda que com ressalvas. Já nos ônibus a coisa anda bem complicada. ajuda do governo”. Para a produção, somados caminhões e ônibus, os novos indicadores apontam redução de 33%, para 95 mil. Antes, em julho, acreditava-se emdiminuição de 42%, para 82 mil. Naquele janeiro pré-pandemia falava-se em avanço de 13,4% ante as 141 mil unidades produzidas no ano passado, o que resultaria em 160 mil unidades. A principal razão para os números um pouco menos drásticos no segmento, apontada pela Anfavea, é o bom desem- penho do agronegócio, que está deman- dando caminhões pesados para escoar a safra recorde, além do e-commerce, segmento alavancado durante a pande- mia e que necessita tanto dos caminhões pesados quanto dos leves para entregas urbanas. Até nas exportações as expectativas para esse ano melhoraram um pouco, dentro do possível: a Anfavea estima agora embarque de 14 mil caminhões e ônibus, redução de 32%, quando antes calculara baixa de 43%, para 12 mil. Com isso hou- ve até uma aproximação com a projeção pré-pandemia, que já estimava baixa para 2020 de 22,7%, com 16mil unidades – 2019 fechou com 21 mil. Esses números formam o alicerce para as projeções dos executivos do segmento ouvidos por AutoData. O sempre otimista Roberto Cortes, presidente daVolkswagen Caminhões e Ônibus, entende ser este 2021 “o ano mais difícil de se projetar” de- vido às incógnitas geradas pela pandemia, mas é taxativo: “Descarto ficar pior do que este ano. Todos os fundamentos da econo- PERSPECTIVAS 2021 » VEÍCULOS COMERCIAIS

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