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10 FROM THE TOP » JOSÉ VELLOSO, ABIMAQ Novembro 2020 | AutoData O samba tem quase um sé- culo, mas a letra de OMun- do não se Acabou, escrito pelo baiano Assis Valente, serviu de apoio para o presidente executivo da Abimaq, Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos, JoséVelloso, ilus- trar o momento atual da economia e do setor industrial no País diante da pandemia – e de todas as con- sequências inerentes. Nesta entrevista, concedida com exclusividade a AutoData por meio de videoconferência a partir da sede da associação, o dirigente comemorou a derrubada do veto presidencial à extensão da deso- neração da folha de pagamento e defendeu com veemência a reforma tributária em andamento no Congresso Nacional. Para ele a sociedade como um todo, e o terceiro setor emespecial, têmque aproveitar esse momento para co- brar das esferas governamentais e legislativas o andamento rápido de uma agenda de competitividade. Acompanhe a seguir os princi- pais trechos desta entrevista. Entrevista a Leandro Alves e Marcos Rozen A evocar Assis Valente Imaginemos três cenários para 2021 en- volvendo a pandemia e a economia: va- cina, segunda onda ou pororoca, aquela onda infinita da Amazônia. Em qual o senhor apostaria mais? Eu ficaria coma pororoca, mas perdendo força conforme avança. Acredito que se tivermos uma segunda onda forte o governo terá que pedir ao Congresso outra PEC da calamidade, como foi feito em 2020, e estourou bastante o limite de gastos, coisa de R$ 600 bilhões, só por causa da pandemia. Se continuarmos como estamos nem a Câmara nem o Senado autorizarão outra PEC dessas. Não acredito que acontecerá. Acho que continuaremos do mesmo jeito até a vacina. Estou otimista a este respeito, acredito que a partir de fevereiro ou até janeiro, com muita sorte, comece a vacinação. No geral estou mais oti- mista do que pessimista. O que pode acontecer no Brasil são segundas ondas isoladas, como está acontecendo agora emManaus. Nossa covid virou pororoca porque todo mundo fez quarentena na mesma época, repetindo aqui o que foi feito na Europa, onde os países sãomuito pequenos. Os Estados Unidos repeti- ram o mesmo erro. Caso venhamos a ter problema será nos grandes centros, São Paulo, Belo Horizonte etc., mas sem atingir os estados inteiros. AAbimaq defendeu muito a derrubada do veto da desoneração da folha de pa - gamento. Que diferença isso fará para as empresas? Para máquinas e equipamentos é im- portante. É errado dizer desoneração, porque não desonera, só muda a base de cálculo do imposto. Sai dos 20% da

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